O ex-presidente boliviano, Evo Morales, denunciou o que chama de "dois pesos, duas medidas" da direita latino-americana, que condenou rapidamente o fechamento do Congresso no Peru por Pedro Castillo, presidente de esquerda, mas se cala diante da destituição do Parlamento do Equador pelo direitista Guillermo Lasso. "A direita pede respeito à democracia quando lhe convém", tuitou. E questionou a presidente do Peru, Dina Boluarte: "Contamos os minutos para a irmã Dina Boluarte condenar o fechamento do congresso equatoriano. Você também vai chamá-lo de assassino golpista e pedir para ser preso como faz com o irmão Pedro Castillo", perguntou.
Sem conseguir governar ou aprovar suas medidas, além de enfrentar uma dura oposição de esquerda, que detém maioria na Assembleia Nacional do Equador, o banqueiro neoliberal Guillermo Lasso dissolveu o congresso do Equador, nesta quarta-feira, encerrou seu mandato e convocou novas eleições, numa manobra para barrar seu processo de impeachment.
Ele utilizou um mecanismo constitucional chamado Morte Cruzada, que permite a dissolução da Assembleia em caso de grave crise política e comoção interna.
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A Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie) convocou assembleias em todo o país e anunciou vigília permanente, contra a "ditadura disfarçada de instrumento constitucional". A entidade também rechaça a ingerência da embaixada dos EUA em Quito.
Morte Cruzada
"Morte cruzada” é uma cláusula constitucional com a qual a Assembleia Nacional do Equador é dissolvida para que depois sejam convocadas eleições, para renovar os Poderes Legislativo e Executivo. Isso significa que o presidente Lasso pode governar por decretos-lei de urgência econômica enquanto as eleições para presidente e legisladores são realizadas em seis meses.