A Confederação Geral do Trabalho (CGT) e outros movimentos sociais franceses organizaram, hoje (6), a 'Quinta-Feira Negra', uma manifestação geral para pressionar o governo de Emmanuel Macron contra a reforma previdenciária.
O aeroporto Charles de Gaulle está parcialmente bloqueado, assim como diversas estradas no país. Pontos logísticos importantes em Paris, Nantes, Rennes e Marselha estão fechados.
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O tráfego tem causado, inclusive, trânsito na Inglaterra. Famílias que planejavam cruzar o Canal da Mancha neste feriado de Páscoa já desistiram da ideia após filas quilométricas se formarem no porto de Dover, que conecta os países. Os trabalhadores franceses dos portos de Calais e Dunkirk, que recebem os carros vindos da Grã-Bretanha, também estão paralisados.
Além disso, segundo o Le Monde, diversos outros setores da economia francesa estão parados: creches, escolas de ensino básico e maquinistas também estão em greve.
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"Nós perdemos salários com a greve, mas não importa, preferimos comer batata do que morrer no trabalho", dizem os manifestantes em Bordeaux, no sul do país.
A sede do fundo BlackRock - conhecido por ser uma das maiores empresas do mundo - foi invadida pelos manifestantes.
Este é o décimo primeiro dia de mobilização geral nas cidades francesas.
Motivo da greve na França
As greves na França tem como objetivo parar o país após uma reforma previdenciária que prorrogará a aposentadoria de todos os franceses em dois anos. A partir de agora, os trabalhadores irão conseguir acessar suas pensões aos 64 anos de idade.
O presidente Emmanuel Macron utilizou um dispositivo constitucional e forçou a reforma sem passá-la por debate na Assembleia Nacional.
As manifestações começaram após negociações infrutíferas entre governo e sindicatos. A indignação da população se mistura entre a reforma previdenciária e o uso do dispositivo constitucional por Macron, considerado autoritário pela maioria dos franceses.
O governo não parece querer abdicar da greve e segue intransponível na manutenção da reforma. A esperança é que a reforma seja barrada no Conselho Constitucional, uma espécie de corte suprema para matérias constitucionais no país.
"Nossa democracia precisa de apaziguamento, e esse apaziguamento só viria se o texto não fosse aplicado", disse Laura Bergert, líder sindical que coordena o movimento de greve.
Até o momento, mais de 453 foram feridas nos protestos. Há mais de mil presos e cerca de 1,3 milhão de manifestantes protestaram nas ruas da França.
Com informações de Le Monde, Le Figaro e Daily Mail.