DIPLOMACIA

Chanceler da Rússia Sergei Lavrov chega ao Brasil nesta segunda-feira para encontros diplomáticos

Após criticar postura dos EUA na Ucrânia, Lula deve receber chefe da diplomacia russa no país

Lavrov tem sido principal porta-voz da Rússia para o exteriorCréditos: Divulgação/Nações Unidas
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Nesta segunda-feira (17), o chanceler da Rússia Sergei Lavrov chegará ao Brasil. O ministro das Relações Exteriores de Moscou visitará o país logo após as polêmicas declarações do presidente Lula sobre a Guerra da Ucrânia.

Após a visita à China, o chefe de estado brasileiro disse que os EUA "incentivava o conflito" ao enviar armas para a linha de frente do governo de Kiev.

A declaração causou desconforto entre interlocutores diplomáticos europeus e estadunidenses, que defendem uma vitória total de Zelensky no conflito.

“Somente quem não está defendendo a guerra é que pode criar uma comissão de países e discutir o fim dessa guerra”, declarou o presidente brasileiro na China.

Lavrov, que é porta-voz da chancelaria do Kremlin, visitará o Brasil amanhã. A agenda do Presidente Lula não conta com compromissos oficiais. 

O chanceler de Putin afirma que "a rápida mudança do cenário geopolítico abre novas oportunidades para o desenvolvimento de uma cooperação mutuamente benéfica entre a Rússia e os Estados da América Latina. Os países desta região estão desempenhando um papel cada vez mais importante em uma ordem mundial multipolar".

Desde o início da guerra da Ucrânia, Lavrov tem visitado países do terceiro mundo - inclusive uma notória ronda por países africanos - para fortalecer as relações entre a Rússia e o Sul Global, tentando afastá-lo de uma narrativa comandada por Washington.

A expectativa é que o chanceler russo também sugira comércio entre moedas locais, mantendo a tendência de Lula nos acordos de Pequim, onde Brasil e China assinaram tratados para reduzir o uso do dólar no âmbito do comércio.

A postura de neutralidade do Brasil frente à Guerra na Ucrânia tem irritado setores do Ocidente, que insistem em uma condenação contra o Kremlin e um afastamento entre Brasília, Pequim e Moscou.