O Tribunal Penal Internacional de Haia, na Holanda, pediu nesta sexta-feira (17) a prisão de Vladimir Putin, presidente da Rússia, após investigações apontarem que crimes de guerra foram cometidos na invasão da Ucrânia, iniciada em fevereiro do ano passado.
O principal tópico abordado pela condenação tem a ver com a deportação de crianças ucranianas para a Rússia. A suspeita é de que tenham sido tiradas das suas famílias para serem adotadas por casais russos. “Ele é supostamente responsável pelo crime de guerra de deportação ilegal de população e de transferência ilegal de população de áreas ocupadas da Ucrânia para a Federação Russa”, diz o Tribunal.
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Na prática, o pedido de prisão não significa que Putin será detido e preso em seu país. A Rússia não reconhece a Corte. O que ocorre neste caso é que Putin ficará restrito ao seu próprio país e a países aliados que também não reconhecem o Tribunal Penal Internacional, uma vez que as autoridades de países que o reconhecem, como o Brasil, ficam obrigadas pela decisão a prendê-lo caso o mandatário pise no respectivo território.
A decisão se soma à suspensão da Rússia de uma série de organismos internacionais e decreta a consolidação do isolamento internacional que o mandatário russo está submetido.
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Diplomatas brasileiros e estrangeiros ouvidos pelo Uol acreditam que a medida aprofundará a crise entre a Rússia e o bloco composto por Estados Unidos, União Europeia e Ucrânia com as possibilidades de diálogo cada vez mais limitadas. “Como vamos convencer Putin a negociar, com ele sabendo que pode ser entregue depois ao tribunal?”, questionou um diplomata estrangeiro.
Mas ao contrário dos diplomatas, o Tribunal de Haia aponta a possível ocorrência de crimes contra a humanidade e aponta que sem sua atuação os crimes provavelmente gozariam de impunidade, uma vez que foram cometidos em território ucraniano. “Existem motivos razoáveis para acreditar que Putin tem responsabilidade criminal individual pelos crimes mencionados”, diz o Tribunal.