Pelas notícias que vêm de Buenos Aires nas últimas horas, um verdadeiro tango dos xaropes deve tomar conta da capital argentina no próximo domingo (10), quando ocorrerá a posse do presidente eleito Javier Milei, de extrema direita. A informação, agora, é de que o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro (PL), que irá com uma “comitiva” composta pela mais fina flor dos desajustados extremistas, receberá tratamento de chefe de Estado na cerimônia e nos festejos subsequentes.
Bolsonaro foi derrotado nas urnas por Lula (PT), está inelegível por oito anos (em duas sentenças proferidas pelo TSE) e não tem qualquer cargo público. Para piorar seu ostracismo, enfrenta uma pilha interminável de investigações na Justiça Federal, que vão desde a tentativa frustrada de golpe de Estado de 8 de janeiro até o furto de joias e objetos de valor do acervo da Presidência da República, que eram mandados para o exterior para serem vendidos.
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Segundo o staff do futuro presidente, Bolsonaro estará presente nas cerimônias a serem realizadas no Congresso e na Casa Rosada, que normalmente são destinadas apenas aos chefes de Estado, de Governo, ou ainda representantes diplomáticos ou enviados oficialmente por governos estrangeiros.
Fazendo um papel semelhante ao dos antigos bobos da corte e mendigando atenção por onde passa, o ex-mandatário brasileiro aceita o papel humilhante e se coloca em situações constrangedoras, decerto na tentativa de tirar os holofotes que iluminam aspectos obscuros e pra lá de negativos que envolvem sua figura nos últimos tempos.
O presidente Lula, chefe de Estado da República Federativa do Brasil, eleito democraticamente por três vezes pela maioria dos cidadãos brasileiros, já informou que não estará presente na posse de Javier Milei, que enviou há duas semanas sua futura chanceler a Brasília para entregar nas mãos de seu homólogo, Mauro Vieira, o convite ao atual ocupante do Palácio do Planalto. Milei ofendeu e xingou Lula algumas vezes durante a campanha eleitoral no país vizinho, o que tornou uma possível boa relação entre os dois, por ora, inviável.