A China está pronta para trabalhar de perto com outros países em desenvolvimento para construir um futuro verde e de baixo carbono, disse o vice-primeiro-ministro chinês Ding Xuexiang em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, neste sábado (2).
Ding, também representante especial do presidente chinês, Xi Jinping, e membro do Comitê Permanente do Bureau Político do Comitê Central do Partido Comunista da China (PCCh), fez as declarações ao se dirigir à Cúpula de Líderes do Grupo dos 77 (G77) e China, realizada durante a 28ª sessão da Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a COP28.
Te podría interesar
Nos últimos anos, a China promoveu ativa e prudentemente os objetivos de pico de carbono e neutralidade de carbono.
[O G77 nas Nações Unidas é uma coalizão de nações em desenvolvimento, que visa promover os interesses econômicos coletivos de seus membros e criar uma maior capacidade de negociação conjunta na ONU. É formada por 134 países membros.]
Te podría interesar
Ding acrescentou que, enquanto cumpre suas obrigações internacionais, a China tem feito esforços para ajudar outros países em desenvolvimento a lidar com as mudanças climáticas.
O vice-premier também observou que ainda há um longo caminho a percorrer para melhorar a governança climática global. Ele convocou o G77 e a China a falar mais com uma só voz e defender interesses comuns.
O representante especial de Xi convocou as partes interessadas a promover conjuntamente o desenvolvimento sustentável, fortalecer a sinergia das estratégias de desenvolvimento de transformação verde, impulsionar a assistência mútua e explorar um novo caminho de coordenação entre desenvolvimento e proteção.
Ding instou as partes interessadas a salvaguardar conjuntamente o multilateralismo e defender firmemente os objetivos e princípios estabelecidos na Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima e no Acordo de Paris.
Ele também convocou a promoção conjunta de equidade e justiça, trabalhando juntos para fazer progressos substanciais na implementação do financiamento climático e formando um quadro para a Meta Global de Adaptação, além de dar pleno desempenho ao papel do recém-estabelecido Fundo de Perdas e Danos.
Metas de carbono
Já o principal enviado especial chinês para o clima, Xie Zhenhua, disse na sexta-feira (1) que Pequim está comprometida em anunciar metas de carbono para 2035 dentro de dois anos.
A China estabelecerá novas metas de redução de emissões para 2030 e 2035 como parte dos compromissos globais para combater as mudanças climáticas
Ele informou que cada país precisa propor suas metas de contribuição para 2035 até 2025. O governo chinês também atribui grande importância a este assunto, comentou.
Xie convocou mais inovação técnica para atender aos objetivos de controle do aquecimento global estabelecidos no Acordo de Paris, referindo-se ao tratado de 2015 entre 196 países para limitar o aquecimento aos níveis pré-industriais.
Fundo para crise climática
Ele também disse que os países desenvolvidos deveriam contribuir mais para um fundo de perdas e danos anunciado no ano passado para compensar os países mais pobres que enfrentam os efeitos prejudiciais das mudanças climáticas.
Mais de 195 nações presentes na COP28 em Dubai concordaram em dar início ao fundo em um movimento histórico no primeiro dia da conferência, na última quinta-feira (30).
O financiamento inicial será de quase US$ 475 milhões, com o país anfitrião, os Emirados Árabes Unidos, prometendo US$ 100 milhões e a União Europeia US$ 275 milhões. Os Estados Unidos contribuirão com US$ 17,5 milhões, enquanto US$ 10 milhões virão do Japão.
Controle de emissões de metano
Xie também convocou esforços conjuntos globais para controlar as emissões de metano, que têm mais de 80 vezes a capacidade do dióxido de carbono de reter calor na atmosfera e são responsáveis por mais de um quarto do aquecimento global.
Durante um painel de discussão sobre metano e outros gases de efeito estufa que não são dióxido de carbono no sábado, Xie disse que a China, como país em desenvolvimento, enfrenta dificuldades e riscos no controle das emissões de metano.
O trabalho da China no controle de emissões de metano começou tarde e tem uma base fraca. Os dados são incertos, com capacidades estatísticas e de monitoramento insuficientes. O regime regulatório, incluindo regras, padrões e políticas, é imperfeito. A tarefa de controlar o metano e outros gases não dióxido de carbono na China não é fácil e não pode ser alcançada da noite para o dia. Requer esforços árduos e de longo prazo, trabalho extenso de base e construção de capacidades. Acredito que muitos países em desenvolvimento estão na mesma situação que nós. Estamos dispostos a agir, mas ainda carecemos de capacidades e precisamos continuar trabalhando duro e fortalecer essa área por meio da cooperação internacional.
Aumento das temperaturas
Estimativas da Agência Internacional de Energia indicam que o metano tem sido responsável por cerca de 30% do aumento das temperaturas globais desde a Revolução Industrial. Reduções rápidas e sustentadas nas emissões de metano são consideradas fundamentais para limitar o aquecimento global no curto prazo e melhorar a qualidade do ar.
A China é de longe o maior emissor de metano, com mais de 14% do total global. O país não aderiu a um plano de ação liderado pelos EUA em 2021 para cortar a produção de metano em 30% até 2030. Vizinhos e grandes poluidores, como Índia e Rússia, também não aderiram.
Um plano de ação publicado por Pequim em 7 de novembro para combater as emissões de metano não incluiu metas firmes de redução de emissões além da reutilização do gás como combustível.
No entanto, o plano do Ministério de Ecologia e Meio Ambiente da China visa conter a "queima" ou a eliminação de emissões em poços de petróleo e gás, e fechar vazamentos de metano em minas de carvão.
China e EUA comprometeram-se a trabalhar juntos para reduzir as emissões globais de metano, como parte de um acordo para combater conjuntamente as mudanças climáticas alcançado por Xie e seu homólogo americano John Kerry em San Francisco em 14 de novembro.
Com informações da CGTN e do SCMP