CHINA EM FOCO

O que a China tem feito para enfrentar os desafios da crise climática?

Enquanto Dubai recebe a COP28, confira 10 iniciativas e políticas adotadas pela potência asiática para encarar a 'era da fervura global'

Créditos: COP28 (Christophe Viseux) - Xuexiang Ding, primeiro vice-primeiro-ministro da China e representante especial do presidente Xi Jinping, durante o Segmento de Alto Nível para Chefes de Estado e de Governo na Conferência da ONU sobre Mudança Climática COP28
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Mais de 70 mil delegados de todo o mundo estão reunidos em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, para a 28ª reunião da Conferência das Partes (COP) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a COP28, a conferência das Nações Unidas sobre mudança climática. O evento teve início nesta quinta-feira (30) e prossegue até 12 de dezembro.

Esta reunião será um marco onde o mundo fará um balanço de seu progresso no Acordo de Paris, e o resultado ajudará a unir esforços globais contra a mudança climática.

O  vice-primeiro-ministro da China, Xuexiang Ding, representante especial do presidente Xi Jinping, participou do Segmento de Alto Nível para Chefes de Estado e de Governo na COP28 nesta sexta-feira.

Ele disse que as nações desenvolvidas "deveriam aumentar substancialmente seu apoio aos países em desenvolvimento em finanças, tecnologia e capacitação."

Chegou a era da fervura global

Na abertura da conferência a Organização Meteorológica Mundial (OMM) divulgou o relatório preliminar do Estado Global do Clima. O documento ressalta que o ano de 2023 quebrou diversos recordes climáticos e foi assolado por condições meteorológicas extremas que deixaram um “rastro de devastação e desespero”. A era do aquecimento global terminou e a "era da fervura global" chegou.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, fez um apelo na abertura da Cúpula do Clima, COP28, nesta sexta-feira (1). Ele afirmou que ainda é possível evitar o “colapso e incêndio do planeta” se os líderes mundiais agirem com urgência e vontade política.

Ao discursar, ele adicionou que a questão climática “é uma doença que somente os líderes globais podem curar”. O líder das Nações Unidas reiterou o pedido de eliminação da dependência de combustíveis fósseis, redução de emissões e para que a promessa de justiça climática seja cumprida.

Emissão de carbono

Como a emissão de carbono é um fator importante por trás do aquecimento global, a China agiu rapidamente para cortá-la em resposta. 

Em 2022, as emissões de dióxido de carbono do país por unidade de PIB caíram mais de 51% em relação ao seu nível de 2005, mostraram dados do relatório anual de 2023 sobre as políticas e ações da China para enfrentar as mudanças climáticas.

O documento, divulgado pelo Ministério da Ecologia e Meio Ambiente chinês em outubro passado, revelou que até o final do ano passado a proporção do consumo de energia não fóssil havia atingido 17,5% na China.

Enquanto a intensidade energética na economia cai rapidamente, os esforços de reflorestamento também estão dando frutos. A taxa de cobertura florestal nacional na China atingiu 24,02% em 2021.

O país incorporou metas de redução de emissões de carbono no planejamento geral do desenvolvimento econômico e social e se comprometeu a atingir o pico de emissões de carbono até 2030 e alcançar a neutralidade de carbono até 2060.

Para esse fim, foi estabelecido um mercado nacional de carbono, e até o primeiro semestre deste ano, o volume total de transações de permissões de emissão de carbono atingiu 238 milhões de toneladas em todo o país.

O enviado especial da China para a mudança climática, Xie Zhenhua, disse na quinta-feira (30) que, como um importante país em desenvolvimento responsável, a China sempre aderiu à determinação estratégica de ação climática. O desenvolvimento econômico e social do país embarcou em um caminho abrangente de transformação verde.

A China se tornou um importante fornecedor de equipamentos de energia eólica, energia solar e baterias de força, reduzindo o custo do uso de energia renovável, ajudando países em desenvolvimento a obter energia limpa, confiável e mais acessível.

10 contribuições da China para enfrentar a crise climática

A segunda maior economia do mundo reduziu pela metade a emissão de dióxido de carbono por unidade de PIB, tornando-se líder global no uso de energias verdes e de baixo carbono e promovendo ativamente a cooperação internacional na governança climática.

A China adotou várias iniciativas e políticas para enfrentar os desafios climáticos globais. 

  1. Compromissos de Redução de Emissões: A China se comprometeu a atingir o pico de emissões de carbono antes de 2030 e alcançar a neutralidade de carbono até 2060. Esses compromissos envolvem uma mudança significativa na política energética, práticas industriais e desenvolvimento urbano.
     
  2. Desenvolvimento de Energia Renovável: A China é líder global na produção de energia renovável, especialmente em energia solar e eólica. O país investiu pesadamente na expansão de sua capacidade de energia renovável, incluindo a construção dos maiores parques solares e eólicos do mundo.
     
  3. Melhorias na Eficiência Energética: Esforços para melhorar a eficiência energética em vários setores, como indústria, construção e transporte, estão em andamento. Isso inclui a modernização de equipamentos industriais, promoção de construções verdes e desenvolvimento de veículos elétricos e híbridos.
     
  4. Controle do Consumo de Carvão: Apesar de ser o maior consumidor de carvão do mundo, a China tomou medidas para controlar e reduzir o consumo de carvão, incluindo o fechamento de usinas termelétricas a carvão antigas e ineficientes e impondo restrições a novas usinas.
     
  5. Conservação Florestal e Reflorestamento: A China implementou programas de reflorestamento e arborização em larga escala, como o Programa de Floresta de Abrigo dos Três Nortes (também conhecido como Grande Muralha Verde), para combater a desertificação e aumentar a sequestro de carbono.
     
  6. Colaboração e Investimento Internacionais: A China participa de acordos climáticos internacionais, como o Acordo de Paris, e investe em projetos de desenvolvimento verde em outros países por meio de iniciativas como a Iniciativa do Cinturão e Rota (BRI).
     
  7. Políticas e Marcos Regulatórios: O governo chinês integrou objetivos de mudança climática nos processos de planejamento nacional e implementou várias leis e regulamentos para limitar emissões e promover práticas sustentáveis.
     
  8. Finanças e Investimentos Verdes: A China está expandindo seu mercado de finanças verdes, incentivando investimentos em projetos sustentáveis e ecologicamente corretos.
     
  9. Pesquisa e Desenvolvimento: O investimento em pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias para captura, utilização e armazenamento de carbono (CCUS), bem como outras tecnologias inovadoras para combater a mudança climática, é uma prioridade.
     
  10. Planejamento Urbano e Transporte Público: Esforços estão sendo feitos para desenvolver cidades inteligentes e verdes com sistemas de transporte público eficientes para reduzir as pegadas de carbono.

Com informações da Xinhua e da ONU