O governo de Israel prendeu, pela primeira vez desde o início do conflito com o Hamas, um jovem que se recusou a participar da guerra contra os palestinos. Tal Mitnick, de 18 anos, foi condenado a 30 dias de prisão por negar a se alistar nas Forças Armadas do país, e usou como justificativa a ocupação violenta de Gaza.
“Eu me recuso a acreditar que mais violência trará segurança, eu me recuso a participar de uma guerra de vingança”, afirmou o jovem ao comparecer no centro de alistamento junto com outros garotos do grupo ativista Rede Mesarvot, que reúne jovens objetores de consciência.
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Objetores de consciência são pessoas que se recusam a participar de atos violentos, como portar armas e servir ao militarismo por princípios morais, éticos ou religiosos.
Cresci em um lar onde a vida é sagrada, onde a discussão é valorizada e onde o discurso e a compreensão sempre vêm antes da adoção de medidas violentas. No mundo cheio de interesses corruptos em que vivemos, a violência e a guerra são outra forma de aumentar o apoio ao governo e silenciar as críticas”, diz uma nota divulgada pela Rede Mesarvot.
O jovem ainda afirmou que a falta de capacidade de negociação com o Hamas era "simplesmente falsa" e ressaltou a importância da diplomacia e do esforço político para acabar com e guerra.
"Devemos reconhecer o fato de que, após semanas de operação terrestre em Gaza, no fim das contas, negociações, um acordo, trouxeram de volta os reféns. Na verdade, foi a ação militar que causou a morte deles. Por causa da mentira criminosa de que ‘não há civis inocentes em Gaza’, até mesmo os reféns que agitavam uma bandeira branca e gritavam em hebraico foram mortos a tiros. Não quero nem imaginar quantos casos semelhantes houve que não foram investigados porque as vítimas nasceram no lado errado da cerca”, continuou a declaração.
Apesar da recusa do serviço militar ser raro em Israel, após o conflito com o Hamas, cerca de 200 estudantes do Ensino Médio com idade de alistamento militar afirmaram que se recusariam a convocação.