FOGO AMIGO

Israel mata três reféns que tentavam fugir de Gaza

Outros três reféns mortos, possivelmente em bombardeio

Tragédia.De acordo com o Times of Israel, os três jovens tentavam fugir quando foram mortos por IsraelCréditos: Reprodução
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As Forças de Defesa de Israel [IDF] confirmaram que mataram três reféns israelenses no bairro de Shejaiya, na cidade de Gaza.

As IDF disseram que os reféns foram "erroneamente identificados como ameaça" e foram assassinados.

Foram identificados pelo Times de Israel como Yotam Haim, Samar Talalka e Alon Shamriz.

De acordo com o jornal, os três tentavam fugir de seus captores.

As IDF resgataram os corpos de outros três reféns, dois deles soldados de Israel, mas não revelaram como eles foram mortos.

São o cabo Nik Beizer, o sargento Ron Sherman e o civil franco-israelense Elia Toledano.

O episódio demonstra que é falsa a alegação do governo de Israel de que é através da guerra que será possível resgatar os 138 reféns remanescentes em Gaza.

FOGO AMIGO

Israel já reduziu de 1.400 para 1.200 o número de vítimas do ataque do Hamas que deu origem ao massacre de Gaza, onde mais de 18 mil pessoas morreram e cerca de 50 mil ficaram feridas.

Além disso, de acordo com publicação do diário israelense Haaretz, um número indefinido de israelenses foi morto por fogo amigo no 7 de outubro.

Há testemunhos de que helicópteros atacaram carros de civis e tanques atiraram contra residências onde estavam civis israelenses.

Israel sustentava que, depois de conquistar o hospital Shifa, na cidade de Gaza, conseguiria desmantelar o principal centro de comando e controle do Hamas, levando ao colapso da resistência palestina.

Isso não aconteceu.

Israel já bombardeou hospitais, mesquitas e instalações das Nações Unidas, sempre alegando que serviam como infraestrutura para o Hamas.

Porém, hoje mesmo o Hamas disparou foguetes em direção a Jerusalém, revelando que os palestinos são muito mais resilientes do que se previa.

No Mar Vermelho, os hutis, que controlam parte do território do Iêmen, atacaram mais dois navios, levando a empresa Maersk, uma das maiores transportadoras marítimas do mundo, baseada na Dinamarca, a suspender a passagem de sua frota pela estratégica ligação entre o mar Mediterrâneo e o Oceano Índico.

Nos Estados Unidos, aumenta a pressão sobre o governo Biden pela suspensão do bombardeio indiscriminado de Israel alegadamente contra alvos militares, mas que está matando civis.

Washington pressiona Israel a focar a guerra nas lideranças do Hamas.

O senador Bernie Sanders quer uma investigação sobre a ajuda concedida pelos EUA a Israel:

Todos sabemos que o ataque terrorista brutal do Hamas deu início a esta guerra. Mas o bombardeio indiscriminado do governo de Netanyahu é imoral, viola o direito internacional e o Congresso deve exigir respostas sobre a condução desta campanha. Uma causa justa para a guerra não desculpa as atrocidades 

Nas últimas semanas, embora o governo Biden tenha feito críticas à condução da guerra por Israel, continuou fornecendo normalmente as bombas, peças de artilharia e munição que Israel está usando para demolir Gaza.

Hoje, um ataque de Israel matou o cinegrafista Samer Abudaqa, da emissora árabe Jazeera, num bombardeio em Khan Yunis.

O repórter mais conhecido de Gaza, Wael Al Dahdouh, que já havia perdido a esposa, filhos e neto na guerra, ficou ferido.

Khan Yunis, no sul da faixa de Gaza, foi a região para a qual Israel estimulou a transferência de centenas de milhares de refugiados, mas agora eles estão sob fogo constante.

A situação humanitária em Gaza é caótica.

O cinegrafista Samer (esquerda) morreu e seu colega Wael ficou ferido nos ataques de hoje a Gaza. Reprodução