O Natal se aproxima sob um clima de luto em Belém, na Cisjordânia ocupada, local de nascimento de Jesus Cristo, segundo a tradição cristã.
A Igreja da Natividade em Belém, um Patrimônio Mundial da Unesco, normalmente atrai muitos turistas, mas agora está vazia. As autoridades religiosas decidiram não promover celebrações festivas em solidariedade aos palestinos afetados em Gaza.
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Os ataques do Estado de Israel resultaram em mais de 18.800 mortes na região controlada pelo Hamas. A fúria sionista ocorre em resposta ao ataque do grupo fundamentalista em solo israelense em 7 de outubro que resultou em 1.140 mortes.
A violência também aumentou na Cisjordânia, com relatos de quase 300 palestinos mortos desde 7 de outubro
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Entre as vítimas dessa guerra, mais de quatro mil crianças palestinas. Papai Noel não vai visitá-las na madrugada do dia 24 para 25 de dezembro, quando os cristãos celebram o nascimento de Cristo há mais de dois mil anos.
Mensagem de paz do Papa Francisco
Durante sua oração do Ângelus no último domingo (17), o Papa Francisco lembrou daqueles que sofrem em guerras ao redor do mundo, incluindo na Ucrânia, Palestina e Israel, e expressou esperança de que o Natal inspire esforços para a paz.
O Santo Padre também fez uma postagem no X (antigo Twitter).
Nove guerras neste Natal
Há pelo menos nove grandes guerras em curso mundo afora neste momento. Além de Palestina e Ucrânia, existem conflitos na Síria, em Burkina Faso, na Somália, na Nigéria, no Sudão, em Mianmar e no Iêmen.
As crianças e os adolescentes nessas regiões com conflitos armados enfrentam perigos alarmantes.
O Direito Internacional Humanitário exige que forças armadas e grupos armados protejam civis, especialmente crianças e adolescentes, que são extremamente vulneráveis em períodos de conflito.
Esses menores são vítimas de assassinatos, mutilações, sequestros, e violência sexual, além de serem recrutados por grupos armados e sofrerem com ataques a escolas e hospitais, incluindo instalações vitais de água.
O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) identificou e condenou seis violações graves contra menores em zonas de guerra:
- assassinato e mutilação;
- recrutamento ou uso em forças armadas e grupos armados;
- ataques a escolas e hospitais;
- estupro e outras formas de violência sexual grave;
- sequestro; e
- negação de acesso humanitário.
Mundo cada vez mais perigoso
De acordo com dados da Uppsala Conflict Data Program (UCDP), um projeto sueco que pesquisa, organiza e publica dados verificados sobre conflitos e é usado como referência por órgãos da ONU, pelo Banco Mundial e outras entidades internacionais, a previsão é de que eclodam até dez guerras até o final deste ano.
Existem várias maneiras de interpretar o que constitui guerras e conflitos. A definição empregada pelo UCDP e outras organizações internacionais focadas em estudos de guerra e paz, baseia-se no número de mortes.
Segundo essa abordagem, um conflito é classificado como guerra quando resulta em pelo menos mil mortes em combate ao longo de um ano.
Os conflitos armados são caracterizados como disputas por território ou poder que levam a um mínimo de 25 mortes em combate no período de um ano.
A UCDP contabiliza que o número de conflitos cresceu e o de mortes relacionadas com combates aumentou 97% apenas em 2022, com uma alta de mais de 400% desde o início da década de 2000.
Algumas guerras são mais importantes?
A visibilidade internacional de uma guerra é influenciada por vários fatores. Entre os mais relevantes está o potencial de um conflito se alastrar e envolver outras nações, especialmente grandes potências com capacidade nuclear.
Esse argumento se aplica às duas guerras mais debatidas atualmente: entre Israel e Palestina, e a Rússia e Ucrânia.
Outros aspectos também são importantes:
- proximidade dos conflitos de grandes centros urbanos
- liberdade ou restrição de movimento para jornalistas e ONGs
- disponibilidade de registros visuais e escritos nas redes sociais
- grau de familiaridade geográfica e cultural do público principal que consome notícias com os países em crise
A falta de visibilidade de guerras e conflitos pode impactar diretamente no seu desenrolar e na pressão internacional por um cessar-fogo, criação de corredores humanitários ou envio de ajuda como alimentos e medicamentos.
Ou seja, a opinião pública e seu nível de preocupação ou indignação das populações em grandes potências econômicas e militares influencia diretamente a disposição de países em promover a paz em regiões conflituosas.
Conflitos de agora
De acordo com o Global Conflict Tracker do Center for Preventive Action (CPA), um guia interativo para os conflitos em andamento ao redor do mundo que são de interesse dos Estados Unidos, há quase trinta conflitos em curso neste momento.
Américas
- violência criminal no México
- instabilidade no Triângulo Norte
- instabilidade no Haiti
- instabilidade na Venezuela.
Ásia
- instabilidade no Afeganistão
- instabilidade no Paquistão,
- disputas territoriais no Mar do Sul da China
- crise na Coreia do Norte
- conflito entre Índia e Paquistão
- tensão em Taiwan
- guerra civil em Mianmar
Europa e Eurásia
- Guerra na Ucrânia
- Conflito de Nagorno-Karabakh
Oriente Médio e Norte da África
- conflito israelense-palestino
- conflito na Síria;
- conflito na Turquia entre Grupos Armados Curdos
- instabilidade no Iraque
- instabilidade no Líbano
- conflito Civil na Líbia
- guerra no Iêmen
- guerra civil no Sudão
- extremismo violento no Sahel
- confronto com o Irã
África Subsaariana
- conflito na República Centro-Africana
- conflito na República Democrática do Congo
- instabilidade no Sudão do Sul
- conflito com Al-Shabaab na Somália
- conflito na Etiópia