O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, continua insistindo que, depois de derrotar o Hamas, a faixa de Gaza não voltará ao controle dos palestinos.
A "frente ampla" ocidental em defesa de Israel, encabeçada pelos Estados Unidos, sofreu baixas: França, Bélgica e Irlanda pedem um cessar-fogo imediato na guerra, que hoje completou 73 dias.
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Sob pressão, o governo de Israel pode aceitar uma nova trégua para conseguir a soltura de reféns, depois do trágico engano em que soldados de Israel mataram dois soldados e um cidadão franco-israelense que haviam sido capturados pelo Hamas no 7 de outubro.
Os reféns estavam sem camisa, um deles segurava uma bandeira branca e tentou se comunicar com as tropas em hebreu, mesmo assim foi assassinado. Outros três corpos de reféns foram resgatados em Gaza, provavelmente mortos em bombardeios de Israel.
Netanyahu, no entanto, tem todo o incentivo para estender o conflito e, assim, sua sobrevivência política.
Neste contexto o Hezbollah aumentou significativamente a pressão na fronteira norte, ao disparar peças de artilharia Basir, de precisão, contra o sistema de defesa anti-mísseis Cúpula de Ferro, que protege Israel.
Não é possível confirmar de maneira independente a afirmativa do Hezbollah de que danificou dois lançadores de mísseis anti-míssil em Kabri, no norte de Israel.
Ataques a esse tipo de infraestrutura podem sinalizar a preparação para uma ofensiva. Nos primeiros dias de seu envolvimento, o grupo militante xiita baseado no Líbano atacou a infraestrutura de monitoramento e comunicação de Israel na fronteira.
Usando um drone, Israel por sua vez bombardeou um edifício situado ao lado do funeral de outro combatente do Hezbollah morto nas escaramuças de 2023. É a baixa de número 111.
MAR VERMELHO
No Mar Vermelho, quatro das principais transportadoras mundiais de contêineres suspenderam suas operações, por conta de ataques promovidos por militantes hutis do Iêmen.
Os Estados Unidos prometem mobilizar uma força tarefa com o apoio de países árabes para manter a navegação aberta.
Israel recebe 30% de todas as suas importações da Ásia, vindas pelo Oceano Índico e o mar Vermelho.
Agora, essas mercadorias terão de passar pelo sul da África e ingressar no mar Mediterrâneo pelo estreito de Gibraltar, acrescentando semanas à viagem.
Apesar do óbvio avanço das tropas de Israel em Gaza, a expectativa de um colapso rápido do Hamas não aconteceu.
Depois de mais de dois meses de bombardeios, Tel Aviv já despejou quase 30 mil bombas sobre o território de apenas 365 km quadrados.
Quase metade delas não são bombas de precisão, o que explica o amplo "dano colateral".
Analistas militares dizem que isso só foi visto anteriormente na Segunda Guerra Mundial e na guerra do Vietnã.
A guerra já deslocou mais de 1,8 milhão de pessoas.
Depois dos bombardeios, as Forças de Defesa de Israel ainda detonam prédios específicos. Foi assim com o Parlamento, ao menos uma mesquita e outras estruturas de Gaza.
Hoje, no programa Fórum Global, o analista Lejeune Mirhan sustentou que Israel já sofreu uma derrota estratégica no conflito com o Hamas, por causa do isolamento internacional do governo de Netanyahu.
No domingo, pela segunda vez, o Papa Francisco se referiu indiretamente a Israel como "terrorista", por causa de ataques de Israel a instalações cristãs em Gaza.
Mirhan acredita, inclusive, que Israel, sob pressão internacional, não terá tempo suficiente para conquistar militarmente todo o território de Gaza.
Se houver ataques diretos ao Iêmen e ao Hezbollah, no entanto, isso pode mudar: seria a guerra duradoura dos sonhos de Benjamin Netanyahu.
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