QUESTÃO HUMANITÁRIA

Lula se reúne com família de Michel Nisenbaum, brasileiro sequestrado pelo Hamas que está desaparecido

Presidente se comprometeu a manter os esforços pela libertação de reféns; "Sabemos que estão fazendo o possível", disse a irmã de Michel

Lula com Mary Shohat e Hen Mahluf, irmã e filha de Michel Nisembaum, brasileiro sequestrado pelo Hamas.Créditos: Foto: Ricardo Stuckert
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu no Palácio do Planalto, nesta segunda-feira (11), Mary Shohat e Hen Mahluf, irmã e filha, respectivamente, de Michel Nisembaum, brasileiro-israelense que teria sido sequestrado pelo Hamas em Israel e que está desparecido há mais de 60 dias. 

Segundo Mary Shohat, a última comunicação com Michel ocorreu em 7 de outubro, quando o Hamas desferiu os ataques contra territórios israelenses e que culminaram no permanente revide das forças militares de Israel. Mais de duas semanas após o ocorrido, em 23 de outubro, a Interpol comunicou ao Itamaraty o desaparecimento do brasileiro.

O Ministério das Relações Exteriores, por meio da Embaixada do Brasil em Tel Aviv, emitiu um comunicado à imprensa no dia seguinte, informando que mantinha contato constante com as autoridades locais em relação ao brasileiro desaparecido desde 7 de outubro. Desde então, não há mais detalhes sobre o paradeiro de Michel e nem em que situação se encontra

Através das redes sociais, Lula divulgou uma foto do encontro com a família de Michel Nisembaum e se comprometeu a manter os esforços do governo brasileiro pela libertação de reféns da guerra Israel x Hamas. 

"Recebi hoje, no Palácio do Planalto, Mary Shohat e Hen Mahluf, a irmã e a filha de Michel Nisembaum, brasileiro sequestrado pelo Hamas. Expressei minha solidariedade e falei dos esforços que o governo brasileiro têm feito, junto aos países da região, para a libertação dos reféns. É uma questão humanitária que precisar estar acima de qualquer conflito. O Brasil segue defendendo a paz e que os civis não sofram as consequências da guerra"

Confira:

Pouco antes do encontro com Lula, Mary Shohat participou de uma sessão no Senado de solidariedade às vítimas da guerra, incluindo os sequestrados pelo Hamas e, na ocasião, disse "saber" que o governo está "fazendo o possível" para libertar seu irmão. 

“Acho que todo mundo que a gente apelou fazem coisas. São coisas que nos não sabemos. Sabemos que estão fazendo o possível", declarou. 

"Nós estamos com uma dor na nossa alma, o nosso coração está pingando sangue. Eu não tenho palavras para explicar o que está passando com toda a nossa família. A nossa mãe, a todo tempo, chora e ninguém tem palavras para consolá-la. De uma família completa passamos a ser uma família, menos um. E este um é muito importante", afirmou ainda. 

Governo Lula resgata mais 48 pessoas da Palestina 

O grupo de 48 pessoas, 11 com dupla nacionalidade e 37 palestinos, resgatados pelo governo Lula do genocídio em Gaza chegou às 3h47 desta segunda-feira (11) no aeroporto de Brasília em mais uma etapa da Operação Voltando em Paz, que já trouxe de volta ao Brasil 1.525 passageiros e 53 animais domésticos que estavam na região de conflito entre Israel e o território palestino.

"Num primeiro momento, eles ficarão de dois a três dias aqui em Brasília. A primeira etapa é do apoio psicológico, de imunização, de estabelecer contato com familiares e parentes deles no Brasil e a questão da documentação. Alguns vão para as casas de familiares e amigos. Os que estiverem sem referência, serão abrigados no Sistema de Assistência Social em instituições em que tenham todo o apoio de acolhimento, alimentação. Um suporte para eles reconstituírem as trajetórias, já que vêm de uma situação bastante complexa", disse o secretário nacional de Assistência Social do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), André Quintão, que recebeu o grupo.

Neste voo, a aeronave KC-30 da Força Aérea Brasileira (FAB) trouxe 27 crianças e adolescentes, 17 mulheres (duas idosas) e quatro homens adultos.

Yasmeen Rabee, irmã de Hasan Rabee, que veio antes com a esposa e os filhos num outro voo que trouxe repatriados de Gaza, foi uma das palestinas que desembarcaram no Brasil.

"A situação em Gaza é muito difícil. Bombardearam nossa casa. Ficamos sem comida e sem um lugar fixo para morar", disse ela, que veio agora com a mãe. "Lá você dorme sem saber se vai acordar ou não. Perdi muitos amigos, minha tia e os filhos dela", contou.

"Estou me sentindo muito feliz de chegar ao Brasil. A recepção aqui é algo que eu nunca vi antes. Estou muito empolgado", afirmou o jovem Yahia Sada, de 17 anos. Ele aguarda para reencontrar o pai, que vive em São Paulo. 

Mohammed Adwan, que esperou por cerca de 35 dias pela inclusão do nome dele e de seus familiares na lista dos repatriados aprovados para cruzar a fronteira, comemorou a nova vida no Brasil.

"Estamos bem. Quero... Começar a vida de novo. Agora no Brasil. Com conforto e segurança para as crianças. Eles vão voltar à escola em fevereiro", disse, com voz embargada.