Jair Bolsonaro (PL), o ex-presidente inelegível do Brasil, teve de pedir autorização da Justiça brasileira para viajar à Argentina a fim de acompanhar a posse de Javier Milei, ocorrida nesse domingo (10) e, uma vez autorizado, embarcou na viagem. O simples fato de ter pedido tal autorização já pode ser considerado vergonhoso para o ex-mandatário, mas ele nunca se cansa de passar ainda mais vergonha.
Eis que na ensolarada tarde de domingo em Buenos Aires, logo depois que Milei fez seu desalentador discurso de posse, os chefes de Estado presentes à cerimônia começaram a se perfilar para serem fotografados ao lado do novo presidente argentino. Tudo normal para uma cerimônia de posse de chefe de Estado, não fosse o intruso brasileiro se esgueirando a fim de infiltrar-se no registro.
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Os presidentes Luis Lacalle Pou (Uruguai), Santiago Peña (Paraguai), Gabriel Boric (Chile) e Daniel Noboa (Equador), que estavam presentes e apareceriam na foto, no entanto, não permitiram a travessura de Jair. De acordo com nota publicada na Folha, o quarteto bateu o pé e repreendeu a atitude do brasileiro.
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Para os chefes de Estado vizinhos, a presença de Bolsonaro na foto seria uma afronta ao Brasil, uma vez que o político de extrema-direita, além de não ser o atual chefe de Estado brasileiro, é um adversário interno de Lula, o atual presidente.
Lula, por sua vez, não compareceu à posse de Javier Milei, identificado com o ultraliberalismo e a extrema-direita. Enviou, para representar o Brasil, o Chanceler Mauro Vieira.
Vieira cumprimentou o novo mandatário e até tentou um diálogo com Milei, puxando assunto sobre a cooperação entre os dois países – afinal, o Brasil é o principal parceiro comercial da Argentina.
Mas o irredutível Milei, a exemplo da sua versão brasileira, respondeu como um verdadeiro pateta: “Podemos cooperar, mas no futebol nós sempre ganhamos de vocês”. A resposta, para além da patetice, também é uma fake news. Ganharam em 1990 e agora recentemente na final da Copa América. E só.
Após o incidente cair na imprensa, o ex-Secom de Bolsonaro, Fábio Wajngarten, que viajou com o inelegível, negou que tenha havido qualquer inconveniente de Bolsonaro em relação aos chefes de Estado do continente.