Desde a vitória de Sergio Massa no primeiro turno da Argentina, os barômetros indicam direções diferentes para o futuro da Casa Rosada.
Enquanto o candidato peronista apoiado pelos Kirchner ganha em algumas pesquisas, o extremista de direita Javier Milei ganha em outros estudos.
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Ambos batalham, em especial, pelos votos de Patricia Bullrich, candidata da finada coalizão Juntos por el Cambio, ligada ao ex-presidente Maurício Macri.
Os direitistas se abraçaram rapidamente, e o apoio de Bullrich a Javier Milei veio quase instantaneamente em 25 de outubro, três dias depois do primeiro turno.
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Segundo alguns membros do Juntos por El Cambio, como Horacio Larreta, sequer houve negociação entre a ex-ministra de Segurança e Javier Milei.
A pergunta é: qual foi o impacto do macrismo na campanha de Milei? Será que o liberal poderá impulsionar a campanha do reacionário e derrotar a esquerda democrática?
Reunimos as principais pesquisas pós-primeiro turno feitas na Argentina e consolidamos os resultados em um infográfico.
As pesquisas mais recentes
Confira os índices em ordem cronológica:
- - Analogías: Massa (42%) x Milei (40%) - 1-3 de novembro
- - Atlas Intel: Milei (48%) x Massa (45%) - 1-3 de novembro
- - Zuban Córdoba: Massa (45%) x Milei (43%) - 28-29 de outubro
- - Analogias: Massa (45%) x Milei (37%) - 23-25 de outubro (cenário com Bullrich e apenas votos válidos, sem indecisos e nulos)
- - Proyeccion: Massa (52%) x Massa (40%) - 23-24 de outubro (cenário com Bullrich e apenas votos válidos, sem indecisos e nulos)
- - CB: Milei (41,6%) x Massa (40%) - 23-24 de outubro
A pesquisa da consultoria brasileira Atlas Intel, única a projetar a vitória de Massa no primeiro turno, agora mostra Milei na frente em empate técnico.
As pesquisas feitas on-line, em sua maioria (Atlas e CB), mostram Milei na frente, enquanto as feitas por telefone (Analogías, Proyecciones e Zuban) mostram Massa na frente, o que pode indicar um problema de viés nas amostras coletadas e na estratificação dos públicos.
Em todos os casos, depois do apoio formal de Bullrich a Milei, as diferenças são apertadíssimas e raramente superam a margem de erro.
Como antecipado - e de forma parecida com a eleição brasileira de 2022 - especialistas não acreditam em uma grande transformação na eleição. A vitória será apertada, disputada nas trincheiras, praticamente no voto a voto.
Outro fator curioso das pesquisas: o número de indecisos varia drasticamente. Na última consulta Analogías, 18% (!) dos entrevistados não sabiam em quem votar. Na Atlas Intel, realizada no mesmo espaço de tempo e com amostra similar, 2.5% não sabiam em quem iam votar.
As regressões logísticas que levam em consideração tamanhos de amostra, média dos resultados e outros dados apontam para uma estabilidade de Milei na faixa dos 40% com tendência leve de crescimento com o apoio de Bullrich, e estabilidade de Massa nos 45% com os votos de Schiaretti e Bregman. Massa, na média, segue na frente, mas não deve crescer nas próximas pesquisas. Pelo jeito, só será possível saber o resultado no próximo dia 19 de novembro.