Um menino com um corte na cabeça é atendido em um hospital de Gaza. Ele foi retirado dos escombros de um bombardeio e resgatado sozinho.
A ficha dele está em branco. Por enquanto os médicos não sabem quem são os pais ou parentes ou se estão vivos.
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Nos ataques de Israel a Gaza em 2014, o território palestino teve um acréscimo de 1.500 órfãos em sua população.
Daquela vez, a guerra durou um mês, duas semanas e quatro dias. Mas os bombardeios foram bem menores, não houve invasão terrestre e o número total de civis mortos foi de 2.310 pessoas.
Desta vez, ainda não existem estatísticas.
Gaza tem uma população de mais de 1 milhão de crianças.
A ONG SKT, que trabalha com órfãos, estima que existiam 33 mil deles em Gaza antes do mais recente conflito.
TRAUMAS DE GUERRA
Elas são as principais vítimas dos traumas de guerra.
A ONG Salve as Crianças descreve:
Nas atuais condições em Gaza, as crianças experimentam uma série de sinais e sintomas de trauma, incluindo ansiedade, medo, preocupação com a sua segurança e a dos seus entes queridos, pesadelos e memórias perturbadoras, insônia, repressão de emoções e afastamento dos entes queridos. O trauma que dá origem a estes sintomas é contínuo, implacável e agrava-se dia após dia.
Nas redes sociais, há vários registros de crianças que supostamente perderam os pais e todos os parentes.
É impossível confirmar os vídeos de forma independente.
Omar e sua irmã Sousou chegaram sozinhos a um hospital. Os dois foram identificados, mas não o paradeiro dos pais ou parentes.
A questão é tão grave que mobiliza o Fundo de Ajuda às Crianças Palestinas [PCFR], que tem um setor especializado em lidar com órfãos de guerra.
Uma das atividades do PCFR é reunir periodicamente as crianças e adolescentes em atividades de apoio psicológico.
O médico britânico Ghassan Abu Sittah, que trabalha em Gaza, resumiu numa rede social:
Não há lugar mais solitário neste universo do que perto da cama de uma criança ferida que não tem mais família para cuidar dela
Ele atendeu a duas meninas, de quatro e cinco anos de idade, que haviam sofrido queimaduras e ferimentos. Chegaram ao hospital sem acompanhante. Presumivelmente, eram as únicas sobreviventes da família.
Todos os dias, 180 partos são feitos em Gaza, de acordo com a UNICEF da Palestina.
Cerca de 15% das mulheres precisam de cuidados pós-parto, mas agora só os principais hospitais do território estão funcionando.
O futuro das crianças é colocado em risco assim que elas deixam o hospital, por causa dos bombardeios.
Filhos perdem pais nos ataques, ou vice-versa.
De acordo com um levantamento da rede árabe Jazeera, proporcionalmente o bombardeio de Israel a Gaza já se transformou no mais mortal para crianças da História recente.
Niño desconocido 999, sufre una lesión grave en la cabeza provocada por los bombardeos israelíes en Gaza. pic.twitter.com/kIycLkZeLu — Palestina Hoy (@HoyPalestina) November 7, 2023
An innocent orphan in Gaza: pic.twitter.com/7b04CxTNZO — Bint (@PalBint) October 15, 2023
The heart of a Korean child hurts when she sees the cries of an orphaned child in Gaza
Where is humanity?#orphan #FreePalestineNow pic.twitter.com/ZaTNs7gTAo — Sanaz.T (@313sweden) November 7, 2023
At least 180 #women giving birth daily in #Gaza.
15% are likely to experience pregnancy/birth-related complications & need more medical care. But hospitals are on the brink of collapse
UNICEF calls for immediate humanitarian ceasefire & for safe access to deliver urgent aid. pic.twitter.com/mPapU8JR6Y — UNICEF Palestine (@UNICEFpalestine) November 4, 2023
This orphaned, innocent girl says goodbye to her mother, father and little brother who were murdered by indiscriminate Israeli bombardment in Gaza.#GazaGenocide pic.twitter.com/RCitlatt6E — Quds News Network (@QudsNen) November 5, 2023