A Itália concedeu cidadania para uma bebê de 8 meses, nascida no Reino Unido, que possui uma doença mitocondrial, nesta segunda-feira (6). O motivo seria porque o tribunal da Grã-Bretanha autorizou a interrupção do suporte à vida da criança.
A neném se chama Indy Gregory e nasceu em 24 de fevereiro. Seus pais recorreram à Justiça para manter o tratamento imprescindível à bebê. A intenção deles é que a Itália permita a transferência da família para o país, a fim de prosseguir com os procedimentos médicos necessários.
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Segundo o portal ABC News, uma audiência privada on-line estava marcada para esta terça-feira (8), com o objetivo de discutir a decisão do tribunal britânico e os cuidados com a bebê. A administração pública havia proibido a transferência da menina para a Itália na semana passada.
O Vaticano se manifestou sobre o caso, oferecendo atendimento no Hospital Pediátrico Bambino Gesu, que fica localizado na Roma. O governo italiano ainda afirmou que custeará “quaisquer procedimentos que sejam necessários” para auxiliar no quadro de saúde da garotinha.
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O Gabinete italiano se reuniu na última segunda-feira (6), apenas para conferir a cidadania italiana à Indy e citou a importância dos “valores humanitários proeminentes”, após um pedido advindo dos advogados da menina.
“Dizem que não há muita esperança para a pequena Indi, mas até ao fim farei o que puder para defender a sua vida”, disse a primeira-ministra Giorgia Meloni numa publicação no Facebook . “E para defender o direito de sua mãe e seu pai de fazerem tudo o que puderem por ela.”
O pai de Indy agradeceu pela mobilização por parte dos órgãos italianos, através de um comunicado compartilhado pelo grupo religioso Christian Concern, que apoia o casal.
"Os italianos mostraram-nos cuidado e apoio amoroso e gostaria que as autoridades britânicas fizessem o mesmo", disse ele.
O juiz Robert Peel, responsável pelo caso, rejeitou na última quinta-feira (2) o pedido dos pais de Indy para que a bebê realizasse o tratamento adicional na Itália. Na última audiência, ele considerou retirar o tratamento de suporte vital.
O argumento do magistrado se baseia no fato de que a criança não possui muita consciência sobre os eventos que a entornam e sofre com dores muito intensas, devido à doença, o que acarreta em uma “qualidade de vida extremamente limitada”.
Além disso, Peel mencionou sobre os poucos detalhes oferecidos sobre o tratamento oferecido pelo hospital do Vaticano, a necessidade de procedimentos muito invasivos para tratá-la e a falta de eficácia comprovada de que eles possuam resultados positivos.
“Estou convencido de que a proposta de transferência para Roma não seria do melhor interesse do IG”, escreveu Peel na sua decisão.