A Embaixada de Israel no Brasil voltou a culpar o Hamas pela não liberação do grupo de 34 brasileiros da Faixa de Gaza.
Mesmo com os nomes na lista de estrangeiros que deixariam a região, os brasileiros não conseguiram passar a fronteira em Rafah para chegar ao Egito e ficaram do lado palestino da portaria de controle.
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Em nota na rede X, antigo Twitter, a embaixada israelense, comandada por Daniel Zonshine, culpou novamente o Hamas pela fronteira fechada. A desculpa é a mesma usada por Israel para não liberar estrangeiros no dia anterior.
"Apesar dos muitos esforços de Israel e do Brasil, o Hamas impediu hoje a abertura da passagem de Rafah e impediu que os cidadãos brasileiros saíssem da Faixa de Gaza", diz a nota curta publicada na rede.
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Prioridade
Em entrevista no início da tarde, o chanceler brasileiro Mauro Vieira não há como cravar uma data de quando os brasileiros passarão pela fronteira.
"A situação em Gaza não me permite dizer se será hoje, amanhã ou quando", disse o chanceler brasileiro.
Segundo Vieira, a prioridade é para passagem de ambulâncias com feridos no conflito e que desde quarta-feira (8) apenas esses veículos passaram pela fronteira, rumo ao Egito.
"A passagem de Rafah fica aberta algumas horas por dia e há um entendimento entre as partes que em primeiro lugar passam ambulâncias com feridos. E só depois disso passam os nacionais de outros países. E foi o que aconteceu hoje, ontem e quarta-feira, quando não houve passagem de Gaza para o Egito por impossibilidade de terminar de passar as ambulâncias", afirmou.
O ministro reiterou que os ônibus levando os brasileiros chegaram à Rafah na manhã desta sexta-feira (10) após a confirmação de que os nomes de todos eles estavam na lista dos estrangeiros que deixarão Gaza.
"Eles viajaram hoje e, apesar de mobilizados até o posto de controle, não puderam passar porque o posto não foi aberto. Estamos em contato e esperamos que sejam autorizados a cruzar o mais rápido possível".
O chanceler confirmou que o governo já preparou todo o aparato para receber os brasileiros que voltarão para a casa e que segue mantendo contato com autoridades dos países envolvidos no conflito e com aqueles que têm cidadãos em Gaza.
Humilhação
Em seguida, em entrevista exclusiva à GloboNews, o chanceler brasileiro humilhou o embaixador de Israel no Brasil.
Em clara provocação, Zonshine esteve em evento no Congresso nesta semana ao lado de Jair Bolsonaro (PL), que busca convencer apoiadores que o regresso dos brasileiros em Gaza estaria relacionada à sua atuação diplomática junto ao governo extremista de Benjamin Netanyahu.
Indagado sobre a "conjectura" decorrente do encontro entre Zonshine e Bolsonaro, Mauro Vieira deu uma resposta à altura e humilhou o embaixador israelense.
"Eu não falo com o embaixador de Israel no Brasil. Eu falo com o chefe dele, que é o ministro das Relações Exteriores", respondeu Vieira, revelando que nos últimos dias falou quatro vezes com o ministro das Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen - assista ao vídeo.