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Portugal elege a primeira miss transexual para representar o país

Marina Machete tem 28 anos; Essa é a primeira vez que mais de uma pessoa transexual participam do Miss Universo

Marina Machete, a miss que representará Portugal no Miss Universo 2023.Créditos: Reprodução
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Pela primeira vez na história, uma mulher transexual ganhou o concurso de Miss Portugal. O concurso ocorreu na última quinta-feira (5) e vencedora representará o país no Miss Universo. Ainda este ano, outra miss, também transexual, foi eleita para representar a Holanda.

A nova miss se chama Marina Machete, tem 28 anos e trabalha como comissária de bordo. A coroação aconteceu em Borba, na região de Évora, no sudeste de Portugal

Ela competirá no próximo Miss Universo, previsto para acontecer em 18 de novembro, em San Salvador, capital de El Salvador.

“Orgulho de ser a primeira mulher trans a concorrer ao título de Miss Universo Portugal”, escreveu Marina nas redes sociais antes de vencer o concurso de beleza. “Durante anos não me foi possível participar e hoje tenho orgulho em fazer parte deste grupo incrível de finalistas que concorrem ao título de Miss Portugal”, acrescentou.

Em julho deste ano, a miss Rikkie Valerie Kollé foi eleita como a representante da Holanda. A moça de 22 anos reforçou a importância da participação de mulheres trans e da valorização de sua beleza, frente a uma sociedade que reprime e ridiculariza a aparência de quem não se identifica ou não reproduz os comportamentos cisgênero estabelecidos.

"Eu consegui! Sim, sou trans e quero compartilhar minha história, mas também sou Rikkie e é isso que importa para mim.", disse Kollé em seu Instagram. 

Antes das duas misses, a candidata Ángela Ponce foi pioneira ao representar as mulheres trans na história do concurso, em 2018. Neste ano, será a primeira vez que mais de uma mulher trans estarão presentes.

Isso reflete uma desmistificação social lenta, mas crescente, da presença de pessoas transexuais como parte do coletivo e cria um espaço onde essas vozes inviabilizadas sejam escutadas e representadas

A pressão social estigmatizada pelo patriarcado desenvolve a insegurança e a falta de autoestima na mulher. Essa situação se agrava ainda mais no caso de quem se identifica como transexual, não apenas pelas vestimentas e comportamentos, como também através do próprio corpo da pessoa. 

Como um dos grupos sociais mais marginalizados e comumente mal remunerado, e necessitando, por isso, exercer funções exploratórias, como é o caso da prostituição, as muheres trans ao mesmo tempo que são rejeitadas também são hiperssexualizadas