Pela primeira vez na história, uma mulher transexual ganhou o concurso de Miss Portugal. O concurso ocorreu na última quinta-feira (5) e vencedora representará o país no Miss Universo. Ainda este ano, outra miss, também transexual, foi eleita para representar a Holanda.
A nova miss se chama Marina Machete, tem 28 anos e trabalha como comissária de bordo. A coroação aconteceu em Borba, na região de Évora, no sudeste de Portugal.
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Ela competirá no próximo Miss Universo, previsto para acontecer em 18 de novembro, em San Salvador, capital de El Salvador.
“Orgulho de ser a primeira mulher trans a concorrer ao título de Miss Universo Portugal”, escreveu Marina nas redes sociais antes de vencer o concurso de beleza. “Durante anos não me foi possível participar e hoje tenho orgulho em fazer parte deste grupo incrível de finalistas que concorrem ao título de Miss Portugal”, acrescentou.
Em julho deste ano, a miss Rikkie Valerie Kollé foi eleita como a representante da Holanda. A moça de 22 anos reforçou a importância da participação de mulheres trans e da valorização de sua beleza, frente a uma sociedade que reprime e ridiculariza a aparência de quem não se identifica ou não reproduz os comportamentos cisgênero estabelecidos.
"Eu consegui! Sim, sou trans e quero compartilhar minha história, mas também sou Rikkie e é isso que importa para mim.", disse Kollé em seu Instagram.
Antes das duas misses, a candidata Ángela Ponce foi pioneira ao representar as mulheres trans na história do concurso, em 2018. Neste ano, será a primeira vez que mais de uma mulher trans estarão presentes.
Isso reflete uma desmistificação social lenta, mas crescente, da presença de pessoas transexuais como parte do coletivo e cria um espaço onde essas vozes inviabilizadas sejam escutadas e representadas.
A pressão social estigmatizada pelo patriarcado desenvolve a insegurança e a falta de autoestima na mulher. Essa situação se agrava ainda mais no caso de quem se identifica como transexual, não apenas pelas vestimentas e comportamentos, como também através do próprio corpo da pessoa.
Como um dos grupos sociais mais marginalizados e comumente mal remunerado, e necessitando, por isso, exercer funções exploratórias, como é o caso da prostituição, as muheres trans ao mesmo tempo que são rejeitadas também são hiperssexualizadas.