Israel não está em guerra contra o povo palestino, mas contra o Hamas, disse hoje nas Nações Unidas o embaixador Gilad Erdan, na reabertura da Assembleia Geral que discute o novo conflito no Oriente Médio.
"Israel está em guerra com a organização terrorista genocida jihadista Hamas. É a democracia cumpridora da lei de Israel contra os nazistas modernos", ele disse no discurso.
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O embaixador mostrou fotos e vídeos de vítimas do ataque do Hamas em 7 de outubro. Uma imagem, segundo ele, era de um trabalhador agrícola filipino decapitado com uma ferramenta de jardinagem.
O embaixador citou trechos do estatuto do Hamas para sustentar seu argumento de que o objetivo do grupo é "aniquilar Israel e assassinar todo judeu na face da Terra".
Em 2006, antes de ganhar eleições nos territórios palestinos ocupados -- organizadas e monitoradas com ajuda da União Europeia -- o Hamas reconheceu formalmente o direito de Israel de existir.
PRISÕES EM MASSA
Embora tenha dito que a guerra é contra o Hamas, o embaixador não justificou as milhares de prisões feitas por Israel nas últimas horas na Ciosjordânia ocupada, que é governada pelo Fatah e aliados, que compõem a Autoridade Palestina e são adversários políticos do Hamas.
Estima-se que o número de palestinos presos nas cadeias de Israel tenha chegado a 10 mil.
Dentre eles está a escritora e jornalista Lama Khater. Ela é autora de críticas ácidas contra Israel e a Autoridade Palestina.
Também foi presa Khalida Jarrar, integrante da Frente Popular para a Libertação da Palestina, outra crítica contundente da AP.
Bassem al-Za’arir, eleito pelo Hamas para o Conselho Legislativo Palestino, o equivalente do Parlamento local, denunciou que algumas prisões são resultado de coordenação entre Israel e os serviços de segurança da Autoridade Palestina.
Pelos acordos de Oslo, a Autoridade Palestina assumiu o compromisso de evitar ataques a Israel e recebeu treinamento da Jordânia e da CIA para um aparato de segurança que conta com mais de 50 mil homens.
O objetivo de Israel agora, ao realizar as prisões, é evitar que a Cisjordânia se torne uma segunda frente contra Israel, no momento em que o governo de Benjamin Netanyahu promete varrer o Hamas do planeta.
Depois que Israel iniciou o bombardeio a Gaza, milhares de pessoas foram às ruas de Ramallah, sede da Autoridade Palestina, para protestar contra Israel e o suposto colaboracionismo de Mahmoud Abbas.