Após surpreender ao liderar o primeiro turno das eleições presidenciais na Argentina, o ministro da Economia Sergio Massa pediu aos argentinos "humildade" diante do "ódio" e mandou um recado direto ao adversário no segundo turno, o representante da ultra-direita fascista Javier Milei, que recomenda aos jovens que tenham condições para "deixar esse país de merda".
"Estou convencido de que esse não é um país de merda como têm dito, mas que esse é um grande país", disse Massa em discurso após a confirmação do segundo turno nas eleições presidenciais, que acontece no dia 19 de novembro.
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“Venho pedir-lhes que redobrem a sua humildade a partir de amanhã diante daqueles que nos atacam, nos atacam, nos insultam, para dar a outra face diante do ódio. Vamos trabalhar para que a partir de 2024, o Papa vem para a Argentina", afirmou Massa no fim da noite deste domingo (22).
Com 98,5% das urnas apuradas, o candidato governista soma 36,68%, diante de 29,98% de Milei, considerado o "Bolsonaro" argentino. Apoiada por Mauricio Macri, na direita conservadora, Paricia Bullrich já reconheceu a derrota e marca 23,83% dos votos.
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Representantes da esquerda, que devem se unir a Massa no segundo turno, Juan Schiaretti tem 6,78%, e Myriam Bregman. 2,7%. Somados, os votos dos dois progressistas podem dar maioria a Massa no segundo turno, que terá ainda que disputar uma parcela do eleitorado da centro-direita. No total 77% dos argentinos foram às urnas neste domingo.
Nas redes, Massa repetiu que apelará para "um governo de unidade nacional com os melhores e independentemente da sua força política".
"No dia 19 de novembro temos que definir se construímos um país que acolha a todos ou um país de cada um para si. Vou abraçar cada argentino e cada argentina, não importa o que pensem, não importa a sua religião, não importa a sua condição social", escreveu o candidato governista.
Fernandez comemora
Também nas redes, o presidente Alberto Fernandez comemorou a vitória de Massa.
"Já disse, Sergio é a pessoa mais preparada para garantir um caminho de crescimento e igualdade para a Argentina. O povo argentino se comprometeu a defender o trabalho, a educação, a saúde e os seus direitos", afirmou o presidente argentino.
Em seu discurso, Milei mostrou ter sentido a derrota e tentou mudar seu discurso dizendo que quer "acabar com privilégios" e não com os "direitos".
Eles vão dizer que viemos aqui para acabar com os direitos. Não confundam, viemos para acabar com os privilégios”, disse o representante da ultradireita fascista.
Milei ainda reafirmou sua intenção de "acabar com o kirchnerismo", incitando apoiadores a seguirem com os discursos de ódio.
"Estou disposto a recomeçar do zero, embaralhar as cartas e começar de novo para acabar com o kirchnerismo", afirmou em hotel no centro de Buenos Aires, voltando a relacionar o governo argentino a "Cuba, Venezuela e Hamas", em repetição do que acontece no Brasil com o bolsonarismo.