O Hamas soltou mais dois reféns que estavam encarcerados em Gaza, informou um porta-voz do grupo.
São duas mulheres idosas: Yocheved Lifshitz, de 85 anos de idade, e Nurit Cooper, de 79.
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Ambas foram levadas do kibbutz de Nir Oz depois do ataque de 7 de outubro.
Os maridos de ambas continuam reféns.
A negociação foi mediada pelo Egito e Catar.
Na mídia israelense, a especulação é de que até 50 reféns de dupla nacionalidade podem ser soltos nas próximas horas.
O governo de Israel disse que não participou das negociações, nem da escolha de quem seria posto em liberdade.
Afirma que só vai permitir a entrada de óleo diesel em Gaza quando o Hamas libertar os 220 reféns, inclusive crianças.
Duas manifestações já aconteceram em Tel Aviv, promovidas por familiares, pedindo a soltura dos reféns.
Depois do pior dia de ataques de Israel a Gaza, o 22 de outubro, o número de mortos no território palestino ultrapassou 5 mil.
Foram 400 mortos só no domingo.
A ONU, reproduzindo número do Ministério da Saúde, diz que 62% dos 5.087 mortos são crianças. São 15.273 feridos e mil desaparecidos.
O maior hospital de Gaza, o Shifa, com capacidade para 700 pacientes, está tratando cerca de 5 mil.
Médicos do hospital Shifa, que se negam a atender a demanda de Israel para esvaziar o hospital, alegam que correm o risco de ficar sem combustível para os geradores.
Há risco para a vida de 100 bebês que estão em incubadeiras e na Unidade de Terapia Intensiva, além de pacientes que precisam de respiradores.
SEM ROTA DE FUGA
Centenas de milhares de pessoas que sairam da região norte de Gaza, atendendo a panfletos demandando a retirada, denunciam que estão sendo alvos de bombardeio nas cidades para as quais fugiram, inclusive Kahn Yunis, no sul.
Milhares de cidadãos de dupla nacionalidade tinham a expectativa de deixar Gaza pela passagem de Rafah em direção ao Egito, mas ainda não houve acordo para que isso aconteça.
O governo de Israel estaria sob dupla pressão, de acordo com o Haaretz.
De um lado, o governo dos Estados Unidos teria recomendado um adiamento da ofensiva terrestre em Gaza para permitir a soltura de todos os reféns.
De outro, o primeiro ministro Benjamin Netanyahu teria se desentendido com o ministro da Defesa, Yoav Gallant, que há dias vem anunciando a iminência da ofensiva terrestre em Gaza.
Em nota, o gabinete do primeiro-ministro desmentiu a mídia local.
Prenúncio de um ataque por terra, o governo de Israel divulgou vídeos e fotos alegadamente capturados do Hamas que seriam prova de tortura, decapitação e estímulo ao estupro nos ataques terroristas do 7 de outubro.
É uma forma de se contrapor à enxurrada de imagens de bebês mortos e crianças feridas, pais chorando a morte de filhos e pessoas sob escombros em Gaza.
As imagens circulam pelas redes sociais e são transmitidas ao vivo pelas TVs árabes para seus paises de origem.
No sábado, mais de 100 mil pessoas protestaram em defesa dos palestinos nas ruas de Londres, o que sugere que Israel está sofrendo forte desgaste mesmo na opinião pública de um país aliado.
No domingo, 10 mil pessoas denunciaram o antissemitismo em Berlim. Um protesto pró-Palestina foi proibido pelo governo.
Na batalha pela opinião pública, o New York Times publicou uma nota de desculpas aos leitores alegando que se baseou em relatos do Hamas no início da cobertura do bombardeio ao hospital do Povo Árabe, que matou mais de 470 pessoas.
O Hamas e Israel trocam acusações sobre a origem da explosão.
Peritos ingleses e a rede Al Jazeera sustentam que o ataque teve origem em território de Israel, o que é contestado de maneira veemente pelo governo de Benjamin Netanyahu.
As Nações Unidas pediram uma investigação independente sobre o episódio.
*Este post foi atualizado para acréscimo de informações.