Nesta quinta-feira (19), o candidato argentino Javier Milei realizou o seu último grande comício de campanha em Buenos Aires. O evento, marcado por cenas curiosas, com Milei sendo tratado como rockstar e sem o decoro clássico de um político, linha seguida por Sergio Massa e Patricia Bullrich.
Os pesquisadores da Universidade de Lanús em parceria com o Monitor do Debate Político no Meio Digital da USP coletaram dados sobre as opiniões dos eleitores de Milei presentes no ato. Os dados foram publicados originalmente no jornal O Globo.
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Segundo a pesquisa, 97% deles acreditam que "a internet permite descobrir verdades que os jornais e a TV querem esconder". Além disso, 87% acreditam que os "programas sociais desestimulam as pessoas a trabalhar" e 72% acreditam que" o sistema eleitoral não é confiável".
A extensa maioria afirma que "leis trabalhistas são mais um obstáculo ao crescimento das empresas do que uma proteção aos trabalhadores" e que "nas escolas se ensinam temas que contrariam os valores da família".
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Os resultados da pesquisa evidenciam o caráter conspiratório da base de apoio do candidato, que reforça muitas das teorias da conspiração - como a de que programas sociais desestimulam as pessoas a trabalhar -, promulgadas pela própria campanha do presidenciável de extrema-direita.
Milei x Papa
Um assessor de Milei declarou recentemente que, caso eleito, o primeiro colocado nas pesquisas pode cortar as relações diplomáticas da Argentina com o Vaticano.
Em entrevista à Fox News, Milei disse que Francisco “tem afinidade pelos comunistas assassinos” e “está do lado das ditaduras sangrentas” de Cuba e Venezuela.
Depois da repercussão negativa, o candidato do La Libertad Avanza afirmou que essa era uma opinião pessoal do assessor e que a quebra das relações com o Vaticano está fora de seus planos.
Desde o início da campanha, Milei tem reforçado as teorias da conspiração que acusam o Papa Francisco de ser um "comunista". O autodeclarado anarcocapitalista também prometeu cortes de relação com Brasil, China e Rússia, que ele também acusa de serem países socialistas.