O avião presidencial enviado pelo governo Lula chegou ao Egito na manhã desta quarta-feira (18), partindo de Roma, onde aguardava autorização para resgate de um grupo de 30 brasileiros que estão em Gaza. Em Nova York, os EUA rejeitaram a proposta da diplomacia brasileira para uma trégua no conflito na região. Rússia e Reino Unido se abstiveram.
A aeronave aterrissou no Aeroporto Internacional de Al-Arish, no Egito, para descarregar 40 purificadores de água portáteis e kits de medicamentos para ajuda humanitária aos palestinos.
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"Depois do descarregamento, o avião irá para o Cairo, onde a tripulação vai aguardar o transporte dos brasileiros que estão na Faixa de Gaza", anunciou o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência, Paulo Pimenta.
Embaixador do Brasil na Palestina, Alessandro Candeas afirmou à TV Globo que acredita que a fronteira ao sul de Gaza, na cidade de Rafah, fronteira com o Egito, deve ser aberta ainda nesta quarta, permitindo que os brasileiros retornem para casa.
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Parte do grupo está em Rafah e a outra parte em Khan Younes, mais longe da região fronteiriça. As duas cidades foram alvos de bombardeio por Israel mais cedo.
Conselho de Segurança
O veto dos EUA à proposta brasileira para a guerra na Palestina jogou um balde de água fria nas aspirações da comunidade internacional, que apostava que o documento seria aprovado. Como os EUA é um dos membros permanentes do Conselho de Segurança, o veto significa a rejeição da proposta.
O Brasil chegou a fazer alterações na resolução para uma trégua no conflito. Com Joe Biden em Israel, os EUA tentam exercer pressão para adiar a votação. No entanto, os diplomatas brasileiros teriam feito uma mudança na proposta para contentar todos os cinco membros permanentes do Conselho e evitar uma rejeição.
Para conseguir apoio dos EUA, Reino Unido e França, o documento condenava o ataque da Al-Qassam, braço armado do Hamas, no último dia 7, que provocou a reação desproporcional de Israel contra a população de Gaza.
A mudança se deu em relação ao pedido de cessar-fogo humanitário, que se transformou em uma pausa para entrada de ajuda ao povo palestino, diante da intenção de Israel de continuar os ataques. No entanto, a pausa foi usada como justificativa para o veto dos EUA.
Em Tel-Aviv, Biden foi recebido com um abraço pelo premiê Benjamin Netanyahu e fez eco à versão de Israel, que se exime da responsabilidade pelo bombardeio no hospital, o que seria um crime de guerra.
"Segundo o que observei, parece que foi obra do outro lado, não de vocês", disse Biden em encontro com Netanyahu logo após pisar o solo israelense.
Biden também iria à Jordânia para encontrar o presidente da Palestina, Mahmoud Abbas, que cancelou o encontro após o ataque ao hospital em Faza.
Abbas retornou à Cisjordânia nesta terça onde realizou uma reunião de emergência.