MASSACRES SEM FIM

Israel anuncia condição para fim do cerco a Gaza; genocídio pode estar em marcha

Território palestino, com 2 milhões de habitantes, teve água, luz e comida cortadas e segue sob intenso bombardeio. Ação de Tel Aviv, presume-se, matará a todos

Criança socorrida em Gaza após bombardeio de Israel, na quarta (11).Créditos: YouTube/Reprodução
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O governo do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu anunciou nesta quinta-feira (12) quais é a condição para que repense, e talvez suspenda parcialmente, o bloqueia total imposto à Faixa de Gaza. Com mais de dois milhões de habitantes, uma das áreas mais densas do mundo, o território palestino está sem água, luz e comida e sob bombardeio intermitente desde o começo da semana, numa reação de Tel Aviv aos ataques sangrentos desferidos pelo grupo radical Hamas a dezenas de localidades do Estado judeu, assim como pelos mais de sete mil foguetes Qassam lançados contra seu território, que resultaram em pelo menos 1.400 mortos, enquanto que do lado palestino o número de óbitos chegou a 1.300, sendo metade dele mulheres e crianças.

Após os ataques de sábado, realizados por meio de uma incursão no território israelense, entrando em várias vilas e kibutz, o Hamas teria feito entre 150 e 200 reféns, que foram levados para dentro dos limites da Faixa de Gaza. É justamente essa a questão que envolve a condição imposta por Netanyahu: só voltará a ter água, luz e comida, e os bombardeios diminuirão, se todos os cidadãos raptados forem colocados imediatamente em liberdade.

Os principais analistas do conflito e especialistas no tema não creem que o Hamas aceitará tal medida exigida por Israel, o que levaria a uma catástrofe absoluta. Sem água, luz e comida, a população de Gaza morreria em pouco tempo. Diante das ações levadas a cabo pelas IDF (Forças de Defesa de Israel, na sigla em inglês) e da determinação de Netanyahu de manter, sem tréguas, o bloqueio total ao lugar, o receio da comunidade internacional é de que um genocídio esteja em marcha.

Na noite de quarta (11), foi informado que os bombardeios indiscriminados realizados pelos caças supersônicos de Israel mataram 11 funcionários da ONU e 30 estudantes dos núcleos educacionais da organização que funcionam na Faixa de Gaza. Hospitais e escolas também já foram explodidos pela moderna máquina de guerra de Tel Aviv, deixando um número incalculável de mortos, já que centenas, ou provavelmente milhares, de corpos estão embaixo das toneladas de escombros que se avolumam no território palestino.