Fernando Andrés Sabag Montiel, o brasileiro de 35 anos capturado em flagrante pelos seguranças da vice-presidente argentina Cristina Kirchner, após tentar matá-la a tiros na última quinta-feira (1), ficou em silêncio durante depoimento prestado ontem (2) à juíza María Eugenia Capuchetti.
Nos raros momentos em que falou, Montiel assumiu ser o dono da arma com a qual foi flagrado tentando matar a líder peronista, além de haver recorrido a termos e expressões racistas ao descrever sua detenção. Ele se negou a falar sobre o momento em que ia atirar e sua arma falhou, assim como sobre as motivações que o levaram ao ato.
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Também ouvida na última sexta (2) em seu apartamento, Cristina Kirchner afirmou que no momento não se deu conta de que estava sendo atacada e só foi perceber o que havia acontecido quando já estava em casa. Ela afirmou que teria se agachado, conforme vídeo amplamente divulgado, por conta da queda de um livro. Cristina não fez pedidos, avaliações ou reclamações em seu depoimento e tampouco pediu para constar no processo como acusadora. Dessa maneira ela poderá acessar os autos e participar do andamento da ação.
A investigação já ouviu 24 testemunhas, a maioria delas militantes peronistas e policiais presentes, além de pessoas que conheciam Montiel. A principal pergunta a ser respondida é se ele agiu sozinho, como uma espécie de ‘lobo solitário’, ou se faz parte de algum tipo de associação criminosa ou conspiração. Pela tentativa de homicídio da qual é acusado, sua pena pode chegar a até 23 anos de prisão.
A cidade de Buenos Aires parou na tarde ontem (2) em manifestação gigantesca em solidariedade a Cristina Kirchner. Após o atentado o presidente Alberto Fernández declarou feriado nacional pela vice e foi o que bastou para as demonstrações populares contra a violência política e em defesa da democracia tomarem as ruas da capital a partir da histórica Praça de Maio. Clique aqui e veja imagens e depoimentos da manifestação.
*Com informações do G1 e Carta Capital.