CONSPIRAÇÃO

Cristina Kirchner: polícia argentina prende quarto suspeito de participação no atentado

As autoridades argentinas agora investigam se o grupo que tentou assassinar a vice-presidente tem relação com um coletivo de extrema direita

Cristina Kirchner: polícia argentina prende quatro suspeito de participação na tentativa de assassinato.Créditos: Reprodução/ redes sociais
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A polícia argentina prendeu nesta quarta-feira (15) o quarto suspeito de ter participado na tentativa de assassinato contra a vice-presidenta Cristina Kirchner, ocorrido no dia 1º de setembro. 

Segundo informações da imprensa local, o suspeito Nicolás Gabriel Carrizo era o líder da chamada "gangue algodão doce", grupo composto pelos outros três suspeitos presos: o brasileiro Fernando Sabag Montiel, Agustina Díaz e Brenda Uliarte

Antes, Nicolás havia sido interrogado pelas autoridades argentina, teve o telefone arrependido, mas até este momento ainda não havia acusação formal contra ele, que foi preso ao comparecer no tribunal para retirar o celular. 

As investigações descobriram que na noite do atentado contra Cristina Kirchner, Nicolás conversou com Brenda Uliarte, namorada de Sabag, o brasileiro que disparou contra Kirchner, mas a arma falhou. 

De acordo com o jornal argentino La Nación, Nicolás declarou ser o líder do grupo que a imprensa do país tem chamado de "gangue do algodão doce" e declarou que Brenda Uliarte não mencionou o ataque no dia 1º de setembro e que também não havia visto Sabag Montiel nos dois dias anteriores. 

Agora, as autoridades da Argentina querem descobrir se há alguma relação entre o grupo que organizou o atentado contra a Cristina Kirchner e o grupo de extrema direita Revolução Federal. 

 


Namorada de brasileiro foi mentora do atentado a CK; Leia mensagens da trama

 


Brenda Elizabeth Uliarte, a jovem de 23 anos que é namorada do brasileiro Fernando Andrés Sabag Montiel, que tentou assassinar a vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, foi a mandante do atentado que, se não fosse por um erro do atirador, teria resultado numa tragédia. Ela também era a organizadora e articuladora de grupo de radicais de extrema-direita que, pouco a pouco, está sendo desbaratado pelas autoridades do país vizinho.

A confirmação do papel de cérebro da quadrilha veio à tona com a divulgação de mensagens que Brenda trocava com uma mulher, a terceira a ser presa por envolvimento na tentativa de magnicídio, Agustina Díaz.

 

Veja o teor da conversa

 

Mensagem antes do ataque


4 de julho

Uliarte: "Estou me organizando para ir fazer um ataque na Casa Rosa com coquetéis molotov e tudo"

Agustina Díaz: "Seria melhor, né?"

Uliarte: “Vou com a arma e atiro na Cristina”

Agustina Díaz: “De novo?”

Uliarte: "Elas me dão os ovários para o fazer"

Agustina Díaz: "É por isso que eu te amo"

Uliarte: "Mas mesmo que me deem os ovários, o problema é que a velha tem segurança"

Agustina Díaz: "Sim"

Uliarte: "Não é besteira. Estou montando um grupo para ir com tochas, bombas, tudo com arma. Vou ser a libertadora da Argentina. Tenho praticado tiro, sei usar a arma."

Agustina Díaz: “eu te amo"

27 de agosto

Uliarte: "Hoje me transformo em San Martín, vou mandar matar Cristina... Estou puta que falem e não façam nada. Vou fazer. O espírito de San Martin entrou no meu corpo... Mas um filho da puta apareceu antes que eu atirasse."

Agustina Díaz: "O que aconteceu? O que eu perdi?”

Uliarte: “Mandei matar a vice Cristina. Mas não rolou porque um cara entrou na frente. Eu juro que tive uma raiva lá. Os liberais já me têm... Os revolucionários com tochas na Plaza de Mayo... Parem de falar temos que agir... Enviei um cara para matar Cristina."

Agustina Díaz: "Boa! Boa ideia mesmo. Quanto ele cobrou de você?"

Uliarte: "Ele não me acusou porque também está com muito tesão com o que está acontecendo. Juro que vou baixar essa. Estou tão puta, que ela andou roubando e ficou impune (Cristina Kirchner)."

Agustina Díaz: “Você percebe a confusão em que vai se meter, né? Eles vão te procurar em todos os lugares se descobrirem que você é cúmplice da morte do vice-presidente."

Uliarte: "Por isso mandei alguém."

Agustina Díaz: "Ainda sim, mas quem não gostaria de atirar naquela puta velha."

Uliarte: "Se acontecer, vou para outro país e até mudo de identidade. Já pensei em tudo."

Agustina Díaz: "Você sabe quanto dinheiro você precisa para isso? Não é uma ordem para matar e estou saindo do país. Eles vão te procurar de qualquer maneira e o dinheiro que você precisa para toda a papelada. "

Uliarte: “Tenho algum dinheiro, conhecidos. Estou saindo, mas primeiro quero fazer algo pelo país."

 

Mensagens após o ataque

 

2 de setembro

Agustina Díaz: "Ei, mas o que aconteceu que perdeu o tiro? Você não praticou antes ou a adrenalina do momento falhou? Onde você está? Não seria conveniente para você ir para casa?"

Uliarte: “Na casa de um amigo... Nenhum idiota sabe, se não eles me atacam"

Agustina Díaz: "Já invadiram a casa dele. A questão é que eles vão examinar o celular dele e se houver alguma evidência de que você sabia o que ele ia fazer...

Uliarte: Mensagem excluída

Agustina Díaz: "Você vai rodar também"

Uliarte: Mensagem excluída

Agustina Díaz: "Exatamente... Eles levaram tudo. Mas o problema seria que o Montiel não entrega você... Nem mesmo os outros que viram você"

Uliarte: "Eu fiz isso e foi como um n.n."

Agustina Díaz: "Tenho medo de dar merda e me pegarem e pegarem seu celular"

Uliarte: Mensagem excluída

Agustina Díaz: "Você tem que se livrar do celular... Mude o número, exclui sua conta, tudo."