CRIME NA AMAZÔNIA

Organizações acusam governo Bolsonaro de omitir informações sobre o caso Bruno e Dom à CIDH

Em documento enviado à Comissão Interamericana de Direitos Humanos, o governo federal omitiu o fato de que Bruno Pereira era vítima de ameaças de morte

Organizações acusam governo Bolsonaro de omitir informações sobre o caso Bruno e Dom à CIDH.Créditos: Reprodução/Fantástico
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O governo Bolsonaro (PL) omitiu, em respostas enviadas à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), o trabalho de indígenas nas buscas iniciais por Bruno Pereira e Dom Phillips e ignorou o fato de que Pereira, ex-servidor da Funai, era alvo de ameaças. 

Diante disso, a gestão de Jair Bolsonaro se tornou alvo de uma nova denúncia contra o Brasil, já que representantes da sociedade civil alegam que tal gesto do governo poderia ser caracterizado como um descumprimento da decisão do órgão internacional. 

A CIDH concedeu ao governo Bolsonaro, no dia 11 de junho, medida cautelar no caso que determinava que o Estado brasileiro redobrasse seus esforços de busca pelas vítimas e garantisse a plena investigação dos fatos, implementando ações de não repetição das violações de direitos humanos constatadas. 

Em sua reposta à Comissão, o governo Bolsonaro respondeu que o caso estava concluído com a localização dos corpos. "O estado brasileiro ressalta a seriedade com que foram realizados esforços com vistas à identificação do paradeiro dos senhores Bruno Pereira e Dom Phillips, enfatizando a atuação da Secretaria de Segurança Pública do Estado do Amazonas, além dos órgãos vinculados ao governo federal". 

Além disso, o governo de Bolsonaro afirma que "todos os esforços foram empreendidos para a localização dos desaparecidos. Quanto às ações adotadas para investigar os fatos, reitera-se que as forças de segurança pública fizeram todos os esforços cabíveis para que os beneficiários das medidas cautelares em questão fossem localizados". 

Porém, as organizações protocolaram uma resposta onde afirmam que o governo Bolsonaro "desde o início das buscas até a fase da investigação, as autoridades estatais não têm empreendido esforços suficientes para a compreensão de todos os elementos que envolvem o caso e a responsabilização de todos os envolvidos". 

O documento também relata a lentidão e as falhas na investigação até agora "impediram a localização ou detenção de outras pessoas que possam estar envolvidas nos crimes e que seguem livres para ameaçar lideranças indígenas, ambientalistas e comunicadores". 

De acordo com informações do jornalista Jamil Chade, no UOL, o grupo que lidera o processo é composto por entidades como Artigo 19 Brasil e América do Sul, o Instituto Vladimir Herzog, Alianza Regional por La Libre Expresión e Información, Repórteres Sem Fronteiras, a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo, a Associação de Jornalismo Digital e o Washington Brazil Office. 
 

 

 

Com informações do UOL.