O delegado Alex Perez, responsável pelas investigações sobre as mortes do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips, afirmou em entrevista à Agência Pública que nenhuma hipótese está descartada pela Polícia Civil na apuração do caso.
“Aqui a gente está preocupado em concluir, porque temos prazo, essa situação do homicídio, da execução. Talvez eu peça a prorrogação [do inquérito], pela complexidade. Faltam os laudos ainda. Mas essa segunda fase eu não sei se vai ficar com a gente. Seria um novo inquérito, desdobraria [o primeiro]”, disse o delegado em entrevista aos jornalistas Rubens Valente e José Medeiros, da Agência Pública.
Hoje o inquérito está focado na figura dos pescadores e caçadores Amarildo da Costa de Oliveira, o “Pelado”, Jeferson da Silva Lima, “Pelado da Dinha”, e Oseney da Costa Oliveira, o “Dos Santos”, irmão de “Pelado”. Os dois primeiros confessaram participação no crime e estão detidos. Eles levaram os policiais ao local exato em que os corpos foram deixados.
A investigação sobre um suposto mandante do crime deve ficar a cargo da Polícia Federal, mas Perez disse que a Civil pode também investigar o tema.
“Se eu tiver indícios e elementos suficientes — de gente que fale, porque as pessoas não falam dele [suposto mandante]. Já tentei buscar elementos para a gente instaurar um inquérito, porque eu não posso instaurar um inquérito sem base nenhuma. Mas a partir do momento em que eu tiver em mãos elementos suficientes para instaurar um inquérito, eu instauro. Porque todo mundo comenta, mas não tenho aqui, no papel, formalizado”, disse.
No momento, seriam poucos os elementos que apontariam para a existência de um mandante, segundo o delegado.
Confira a entrevista completa na Agência Pública