A Bloomberg, uma das principais agências sobre economia e investimento globais, publicou um artigo onde alerta para o risco de golpe no Brasil. No texto, que é assinado por Clara Marques, é destacado o fato de que, desde a Ditadura Militar, as Forças Armadas não tinham tanto poder de influência no Estado brasileiro. Para o site, apenas uma vitória acachapante de Lula (PT) pode enterrar planos golpistas de Bolsonaro (PL) e militares.
"Desde o fim da ditadura militar brasileira, há quase quatro décadas, seus generais exerceram tanta influência política. Entre os oficiais da ativa e da reserva, eles policiaram a Amazônia e os pontos quentes urbanos, encheram escritórios executivos em empresas controladas pelo Estado, estenderam seu domínio de cargos do governo federal e até ajudaram a administrar um número crescente de escolas. Suas vantagens e benefícios se multiplicaram. Agora, as forças armadas entraram no debate espinhoso sobre votação eletrônica e planejam ajudar a supervisionar a votação presidencial de outubro. Em uma democracia, é um passo longe demais", critica o texto.
Te podría interesar
Na análise, a jornalista afirma que uma vitória acachapante de Lula (PT) no primeiro turno pode enterrar tentativas de golpe no estilo Capitólio, ocorrida nos EUA em janeiro deste ano, mas, alerta para outros métodos golpistas.
"Para todas as ambições golpistas do presidente, um golpe total nos moldes do ataque de 6 de janeiro ao Capitólio dos EUA permanece improvável, especialmente se, como as pesquisas sugerem, o ex-presidente de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva ganhar por uma ampla margem [...] Há outras possibilidades tóxicas, digamos, um surto de violência que resulta em soldados sendo chamados para restaurar a ordem. Eventos isolados como o assassinato de um ativista pró-Lula por um apoiador de Bolsonaro fornecem boas razões para alarme. A ameaça mais grave a longo prazo à democracia, no entanto, é menos dramática e já real: o grande número de oficiais atuais e antigos em todos os tipos de funções civis, uma presença que promove a deferência às capacidades supostamente superiores dos militares e corrói o controle civil. Isso inclui a missão eleitoral", diz o texto.
Te podría interesar
A publicação também faz um relato sobre a tática de colocar em dúvida a lisura das urnas eletrônicas. "Os militares há meses ampliam as alegações de fraude eleitoral de Bolsonaro. Sem nunca ter feito isso antes, as forças armadas começaram a levantar questões sobre o processo de votação eletrônica a partir do final de 2021, e agora apresentaram dezenas de consultas, além de mudanças sugeridas. Eles exigiram registros eleitorais de 2014 e 2018".
A íntegra do texto pode ser conferida aqui.