O ex-presidente Lula usou as redes sociais neste domingo (19) para celebrar a vitória eleitoral do economista Gustavo Petro e sua companheira de chapa, Francia Márquez, na Colômbia. Petro será o primeiro presidente de esquerda da história do país sul-americano.
"Felicito calorosamente os companheiros Gustavo Petro e Francia Márquez e todo o povo colombiano pela importante vitória nas eleições deste domingo. Desejo sucesso a Petro em seu governo. A sua vitória fortalece a democracia e as forças progressistas na América Latina", tuitou Lula.
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Além de Lula, outros líderes latino-americanos e internacionais celebraram o triunfo do novo presidente colombiano.
"O triunfo de Gustavo Petro é histórico. Os conservadores colombianos sempre foram tenazes e duros. O escritor José María Vargas Vila contou que os ditadores de seu país 'mergulhavam seus punhais em água benta antes de matar'. Em 1948, esse mesmo modus operandi causou o assassinato do grande líder liberal Jorge Eliécer Gaitán. O povo, inflamado pelo crime, destruiu todos os prédios públicos de Bogotá e houve milhares de mortos, numa revolução popular espontânea e cruel. Gabriel García Márquez escreveu que seu amigo Wilfrido Mathieu o avisou sobre o que havia acontecido e disse: 'Este país estava ferrado'. O triunfo de hoje pode ser o fim dessa maldição e a aurora para esse povo fraterno e digno. Parabéns", tuitou o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador.
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"Acabei de falar com Gustavo Petro para parabenizá-lo pela vitória na presidência da Colômbia junto com Francia Márquez. Alegria para a América Latina! Trabalharemos juntos pela unidade do nosso continente nos desafios de um mundo em rápida mudança. Nós continuamos!", escreveu o presidente do Chile, Gabriel Boric.
Quem é Gustavo Petro?
Economista, líder social, ex-guerrilheiro e presidente. Essas características ajudam a definir quem é Gustavo Petro, o primeiro presidente de esquerda da história da Colômbia. Um presidente que parecia improvável há uns anos, se tornou inevitável diante do processo de lutas sociais que o país viveu no último período contra a tragédia do neoliberalismo e a tirania de um governo autoritário e repressivo.
Gustavo Petro, nascido na província de Córdoba em 1960, começou sua militância política aos 17 anos no grupo guerrilheiro Movimento 19 de Abril, conhecido como M-19. Foi preso e torturado e participou do processo de abandono das armas que transformou o M-19 no partido político Aliança Democrática M-19.
Por ter passado por esse processo, o então senador foi um dos articuladores do Acordo de Paz de 2016 e, nas eleições de 2018, acabou representando a luta pela paz na disputa. Petro obteve na ocasião uma votação histórica para um candidato de esquerda, com mais de 8 milhões de votação, mas não foi capaz de vencer o uribismo, representado por Iván Duque.
A vitória de Petro em 2022 representa muito mais que sua trajetória política individual, ela é fruto de um processo de mobilizações que sacudiu as estruturas da Colômbia no último período. A população, esgotada das políticas de precarização da vida promovidas pelo neoliberalismo e pelo uribismo, se insuflou em jornadas que foram fortemente reprimidas pelo governo de extrema-direita de Duque.