EXTREMA DIREITA

Aliados europeus de Bolsonaro são acusados de receber dinheiro de Putin

Entre os beneficiados está o líder radical da extrema direita italiana Matteo Salvini, que já dirigiu-se ao ocupante do Palácio do Planalto como “meu amigo brasileiro”

Matteo Salvini e Eduardo BolsonaroCréditos: Reprodução / Divulgação redes sociais
Escrito en GLOBAL el

Aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL) da extrema direita na Europa estão sendo acusados de receber dinheiro do presidente russo Vladimir Putin para campanhas eleitorais ou movimentos políticos. 

Segundo a coluna de Jamil Chade no Uol, entre os beneficiados está um dos principais aliados de Bolsonaro na Europa, o líder radical da extrema direita italiana Matteo Salvini, de orientação ultrarreacionária e com forte vínculo com movimentos neofascistas. 

Grupos de extrema direita na Itália, Alemanha, Espanha, França ou Hungria estão sendo alvos de críticas e questionamentos por conta de suas relações com o Kremlin. 

No início de março com a guerra em andamento, o extremista visitou uma cidade polonesa, fronteiriça com a Ucrânia, para dar seu apoio aos refugiados ucranianos. 

Porém, o político passou saia justa ao  receber de presente do prefeito, uma camiseta italiana estampada com o rosto de Vladimir Putin e com a inscrição em russo: "Exército de Putin". "Gostaríamos de ir com o senhor para a fronteira e a um centro de acolhida de refugiados para que veja pessoalmente o que fez seu amigo Putin a todas essas pessoas que estão cruzando a fronteira, umas 50 mil por dia", lamentou, o prefeito. 

Em 2019, o site Buzzfeed News revelou um  áudio de uma reunião ocorrida no ano anterior em Moscou entre os principais assistentes de Salvini, na época vice-primeiro ministro italiano, e representantes de Putin. Na pauta estava a negociação de uma "grande aliança". 

Mas oficialmente, a pauta seria discutir um acordo sobre petróleo. Porém, segundo a publicação, a "meta real era minar as democracias liberais e moldar uma nova Europa nacionalista, alinhada com Moscou".

Na época, o  assistente pessoal de Salvini, Gianluca Savoini citou o chefe como sendo "o primeiro homem que quer mudar toda a Europa" juntamente com os  aliados e colegas e outros partidos na Europa, como  Freiheitliche Partei Österreichs (Partido da Liberdade Austríaco) na Áustria, Alternative für Deutschland (Alternativa para Alemanha), Madame Le Pen, e outros países o mesmo, Hungria com Orban, na Suécia Sverigedemokraterna (Democratas da Suécia). 

"Queremos realmente começar a ter uma grande aliança com estes partidos que são a favor da Rússia, mas não a favor da Rússia para a Rússia, mas para nossos países". 

Na gravação, os interlocutores apontam termos de um acordo para canalizar secretamente dezenas de milhões de dólares do petróleo russo para o partido de Salvini, a Liga Norte.  O extremista, por sua vez, após a revelação das gravações, negou ter recebido dinheiro dos russos.

A candidata derrotada na França, Marine Le Pen, apoiada por Bolsonaro, é outra que possui relações estreitas com a Rússia. Seu partido admitiu que está pagando 12 milhões de euros em empréstimo ao banco russo-checo ainda em 2014.