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Por que Elon Musk comprou o Twitter e desembolsou US$ 44 bilhões

Magnata dono da Tesla e da SpaceX quer dinheiro, é óbvio, mas ele tem outras intenções ao adquirir a principal rede social do planeta. Entenda

Bilionário Elon Musk.Créditos: YouTube/Reprodução
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Elon Musk não dá ponto sem nó e até por isso se tornou o homem mais rico do mundo. Evidentemente, seus negócios precisam ser muito lucrativos, já que magnatas com seu perfil não jogam dinheiro fora. O Twitter, sem dúvidas, é uma excelente fonte de ganhos, mas afinal, por que o sul-africano com patrimônio avaliado em US$ 273 bilhões resolveu investir quase um quinto de sua fortuna numa rede social? Ao que tudo indica, não é só dinheiro. Ele tem outras intenções.

Considerado um homem sem escrúpulos em seus negócios, Musk não esconde sua prepotência e desprezo ao se dirigir a pessoas, países ou empresas concorrentes. Ele já disse com todas as letras, sobre a possibilidade de dar um golpe de Estado na Bolívia, que tem as maiores reservas de lítio do mundo que, “dará um golpe em quem quiser e que as pessoas devem apenas aceitar isso”.

Um outro caso que demonstra claramente sua falta de limites éticos foi o dos ataques com acusações covardes e sem provas um mergulhador britânico, Vermon Unworth, que ajudou a salvar 12 crianças que estavam presas numa caverna na Tailândia, em 2018. O bilionário queria usar um minissubmarino da Tesla no resgate, numa ação de marketing, mesmo tendo sido avisado que aquilo não funcionaria. Após ter a oferta rejeitada, ele passou a chamar de Unworth de “pedófilo” e “estuprador de crianças” em entrevistas a jornalistas.

Com valores morais muito questionáveis até na selvageria do universo business, o sul-africano naturalizado norte-americano ataca seus rivais de mercado com desrespeito e sua chegada ao Twitter deve fazer com que boa parte dos funcionários da rede busque emprego em outro lugar. Ele também vinha usando o Twitter para falar sobre os rumos de suas companhias, o que resulta em disparada dos preços das ações delas, gerando lucros.  

Musk faz o tipo Donald Trump, ou Jair Bolsonaro, é um falastrão truculento e arrogante que pisa em todos em nome de seus interesses. E foi por isso que ele passou a ser admirado e tornou-se salvador das hostes que admiram políticos de cariz fascista e autoritário mundo afora. Sob o pretexto demagógico da "liberdade de expressão", ao assumir o Twitter, o bilionário deve passar a ter papel fundamental nas estruturas de poder de nações nos cinco continentes, já que a rede social adquirida por ele tem capacidade para desestabilizar processos democráticos e eleitorais.

Ainda que muito lentamente, o Twitter vinha promovendo algumas mudanças em suas políticas e regras para usuários, que inclusive suspendendo contas por promoção de desinformação e discursos de ódio. É aí que entram os extremistas ultrarreacionários, que veem na mudança de mãos do Twitter uma espécie de aval para seguirem espalhando mentiras absurdas e mensagens de incitação ao ódio contra minorias e grupos não radicais.

"Desde que fiz meu investimento, me dei conta de que a companhia não vai nem prosperar nem atender a esse imperativo social em sua forma atual. O Twitter precisa ser transformado em uma empresa privada", escreveu Musk numa mensagem direcionada a Bret Taylor, então presidente do conselho de administração da rede social, há alguns meses.

A mensagem, junto com outras questionando as regras da plataforma, tem sido interpretada pela extrema direita de vários países como um passaporte para a impunidade e o cometimento de todo tipo de absurdo no mundo virtual, sem que sejam incomodados.

Tudo isso faz com que Musk tenha adquirido não só um bom negócio, lucrativo no estrito sentido da palavra, mas também uma ferramenta que o tornará um dos homens mais influentes e poderosos do mundo.