Após uma longa celeuma promovida por parte dos acionistas do Twitter, o bilionário sul-africano Elon Musk anunciou, na tarde deste segunda-feira (25), a compra de 100% da rede social de origem norte-americana, uma das mais populares do mundo. A transação final saiu por US$ 44 bilhões (quase R$ 215 bilhões no câmbio atual).
Desde que o magnata dono da Tesla e da SpaceX anunciou seu intuito de adquirir a plataforma, parte dos membros do conselho de administração do Twitter tentou de tudo para impedir a venda, inclusive acionando a tal estratégia chamada no mundo dos negócios de “pílula de veneno”, que consiste em permitir aos acionistas minoritários comprarem mais ações com desconto nos preços, fazendo o valor do restante das ações disparar, o que tornaria a compra total por alguém de fora mais difícil.
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Quando Musk já tinha 9% das ações do Twitter e demonstrou intenção de abocanhar mais uma fração, para chegar pelo menos a 15%, para na sequência comprar tudo, o conselho de administração do Twitter informou por meio de uma nota, emitida a partir da sede da rede social, na Califórnia, nos EUA, dizendo que "a pílula de veneno reduziria a probabilidade de qualquer entidade, pessoa ou grupo obter o controle do Twitter por meio da acumulação de mercado aberto sem pagar a todos os acionistas um prêmio de controle adequado ou dar ao conselho de administração tempo suficiente para tomar decisões informadas". No entanto, isso não foi o suficiente para domar a sanha do bilionário.
“Espero que até meus piores críticos permaneçam no Twitter, porque é isso que significa liberdade de expressão”, publicou Musk em seu perfil oficial na, agora, sua rede.
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Perfil autoritário
Após uma notícia sobre a intenção dos EUA de promover um novo golpe de Estado na Bolívia, em julho de 2020, pelo fato do território do país sul-americano ter a maior reserva de lítio do planeta, um metal essencial para empresas como a Tesla, Elon Musk foi ao Twitter com toda a sua arrogância e presunção imoral e deixou claro o que pensa sobre a soberania de outros países.
“Nós vamos dar golpe em quem quisermos! Apenas aceite isso!”, escreveu o magnata.
Por sua postura sem ética, profundamente presunçosa e prepotente, Musk passou a ser admirado pelas novas hostes radicais da extrema direita em vários países da Terra, como pelos bolsonaristas no Brasil. Com um discurso hipócrita de "liberdade de expressão" e contra filtros civilizatórios nas redes sociais, que têm poder para desestabilizar governos, o bilionário passou a flertar com figuras autoritárias mundo afora.
O receio, com a aquisição do Twitter, é que ferramentas de monitoramento de informação contra a propagação de fake news e discursos de ódio estejam em risco sob o controle de Musk, o que pode comprometer processos eleitorais e políticos em todos os continentes.