RÚSSIA-UCRÂNIA

Zelensky: "Ucrânia prefere ser destruída antes de cumprir ultimatos de Putin"

Rússia deu prazo para rendição de Mariupol, mas Ucrânia não entregou cidade

Créditos: Instagram/Volodymyr Zelensky
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Após a primeira-ministra ucraniana, Iryna Vereshchuk, rejeitar o prazo definido pelo governo russo para entregar a cidade de Mariupol, o presidente Volodymyr Zelensky afirmou que a Ucrânia prefere "ser destruída a cumprir os ultimatos de Vladimir Putin".

"Primeiro deveríamos ser destruídos, para depois cumprir seu ultimato", disse Zelensky à mídia local. Segundo o presidente, Moscou queria que a Ucrânia "entregasse" Kharkiv, Mariupol e Kiev. "Nem os habitantes dessas cidades, nem eu, como presidente, poderíamos fazê-lo", completou.

Nesta segunda-feira (21), à medida que a pressão internacional aumenta contra o Kremlin, Zelensky pediu que a China se junte ao Ocidente na condenação da "barbárie russa". Os Estados Unidos alertaram Pequim sobre as consequências caso apoiassem a Rússia na guerra.

Zelensky fala em Terceira Guerra Mundial

Em entrevista à rede CNN, dos EUA, neste domingo (20) o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, falou na possibilidade de uma Terceira Guerra Mundial caso as negociações com a Rússia falhem.

“As forças russas vieram para nos exterminar, para nos matar. E podemos demonstrar pela dignidade de nosso povo e de nosso exército que conseguimos lidar com um golpe poderoso, somos capazes de contra-atacar. Mas, infelizmente, nossa dignidade não vai preservar as vidas. Portanto, acho que temos que usar qualquer formato, qualquer chance para termos a possibilidade de negociar, possibilidade de falar com Putin. Mas se estas tentativas falharem, isso significaria que esta é uma terceira Guerra Mundial”, disse Zelensky, que horas antes anunciou a proibição de 11 partidos, de esquerda e da oposição, na Ucrânia.

Na entrevista, ele falou de parte das exigências de Putin, como o reconhecimento da Crimeia como parte da Rússia e das duas províncias de Donbass como independentes, além da garantia de que a Ucrânia nunca será um membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Nesta segunda-feira, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que ainda é necessário fazer progressos significativos nas negociações para que haja uma base para uma possível reunião entre Putin e Zelensky.

"Para que possamos falar de uma reunião entre os dois presidentes, é preciso fazer o dever de casa. As conversações têm que ser realizadas e seus resultados têm que ser acordados", disse Peskov. "Não houve nenhum progresso significativo até agora."