A rede de televisão francesa Canal+ produziu um documentário, em 2016, que trata da forte influência exercida por grupos neonazistas e de cariz fascista, de ultradireita, na vida política da Ucrânia, especialmente depois da derrubada do presidente Victor Yanukoych ocorrida com as revoltas de 2014. A obra mostra a participação dos EUA no processo de remoção do governo pró-Rússia e na instalação de um novo regime, com Petro Poroshenko no poder, sob os auspícios da Casa Branca.
O caso da diplomata norte-americana Natalia Yaresko, que visita e dá suporte aos grupos radicais instalados na Praça da Independência (Maidan Nezalejnosti), e que no governo de Poroshenko se naturaliza ucraniana e passa então a ocupar o posto de ministra das Finanças, é um dos fatos pouco conhecidos no Ocidente sobre a mudança de poder na ex-república soviética agora em guerra.
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O documentário mostra também o violento líder de extrema direita Igor Mosiychuk, que agride jornalistas e servidores em público e ameaça juízes na frente das câmeras durante audiências, sendo preso dentro do parlamento, durante uma sessão legislativa, ao ter revelada uma filmagem secreta na qual pedia propina. Além disso, há entrevistas com Dmitri Yarosh, comandante do Pravyy Sector (Setor Direita), um extremista que faz pronunciamentos em redes oficiais com tom fascista e disparando ameaças a todos, além de uma conversa com Andrei Biletsky, um dos comandantes do Batalhão Azov, que foi incorporado ao exército regular da Ucrânia. Ele diz que é natural que haja neonazistas na unidade, já que ela seria composta por 60% de ultranacionalistas. Os símbolos ostentados, as insígnias copiadas e as fotos fazem alusão direta à doutrina de Adolf Hitler.
Há ainda um outro personagem violento da extrema direita ucraniana, Oleh Tyahnybok, que dirige o partido Svoboda, e que comumente saúda seus seguidores com um ‘Heil Hitler’, que é retratado em importantes reuniões com figuras da política ocidental, até mesmo com Joe Biden, à época vice-presidente dos EUA.
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Numa conferência de negócios realizada em Kiev, a equipe de reportagem do Canal+ grava a participação do general norte-americano David Petraeus, ex-diretor da CIA, que trabalhou ativamente na guerra do Iraque com George W. Bush, para depois ser nomeado o chefe da arapongagem de Washington por Barack Obama. Em Kiev, Petraeus trabalha para uma indústria bélica privada, que fornece mísseis antitanque para Poroshenko.
Quem também é peça importante do filme é o general Stanley McChrystal, que comandou as forças especiais dos EUA na caçada ao terrorista Osama Bin Laden no Afeganistão, e que após a aposentadoria passou a fazer parte do conselho consultivo da Knowledge International, uma empresa norte-americana que revende armas e veículos de guerra, inclusive para a Ucrânia.
Assista aqui ao documentário completo: