A estudante de medicina nigeriana Jessica Orakpo relatou à BBC os momentos de terror que viveu ao tentar escapar da Ucrânia que está sob ataque militar.
Para chegar à fronteira com a Polônia, a estudante conseguiu um taxi, porém por conta de muitos carros abandonados nas principais estradas, não foi possível continuar o trajeto de carro.
Te podría interesar
“Pelo Google Maps dizia que seria uma hora andando, o que não achei muito. Porém quando a gente começou a andar o tempo foi aumentando. Eu andei por 12 horas e o termo andar se tornou traumatizante para mim”, relata Jessica.
Racismo na fronteira
Quando ela conseguiu chegar ao local onde teria acesso ao ônibus que a levaria à fronteira da Polônia com a Ucrânia, os oficiais a proibiram de entrar no veículo. Ela chegou a mentir e dizer que estava grávida, mas não adiantou.
Te podría interesar
“Eu estava suplicando e o oficial ucraniano me disse em sua língua ‘somente ucranianos e isso é tudo. Se você é negro você deve ir andando’, detalhou a Jessica que teve que andar mais 8 horas. E mesmo quando finalmente chegou na fronteira, ela voltou a ter dificuldades. “O problema nem era a Polônia e sim o lado ucraniano da fronteira. Eles só permitiam que os ucranianos fossem para o outro lado. Eles vão te empurrar, vão te bater e quem conseguiu, conseguiu, quem não conseguiu ficou na Ucrânia”, contou a nigeriana.
Jessica teve que pagar por sua passagem da Polônia até a Hungria, onde ela está desde a manhã do dia 28 de fevereiro e já planeja seu retorno a Nigéria. “E quem não tinha dinheiro? O que eles poderiam fazer? Eu não pude ajudar ninguém porque eu estava lutando pela minha vida. Esse lugar não é seguro e se você tem a pele escura, você está em desvantagem”, finalizou.
Com informações da BBC