Uma história de amor que começou durante uma festa em Santos (SP), há 27 anos, uniu a paraibana Silvana Pilipenko, de 53 anos, à Ucrânia, o país do Leste Europeu que foi invadido pela Rússia em 24 de fevereiro. Ela conheceu Vasyl Pilipenko, um comandante de navio mercante, e desde então estão juntos. Pouco tempo depois do início do namoro o casal teve um filho, hoje com 26 anos, que também é marinheiro, e está embarcado no momento, em águas internacionais.
Desde então, ela leva a vida se dividindo entre o Brasil e Ucrânia, mais especificamente na cidade Mariupol, na região de Donetsk, uma das mais afetadas pelo conflito e alvo de disputas pelos dois países muito tempo antes da guerra atual.
Te podría interesar
Assim que os primeiros mísseis explodiram na zona em que Silvana mora, no leste da Ucrânia, área mais próxima à fronteira russa, a artesã passou a postar vídeos e informações sobre a guerra. Ela mante comunicação com a família, por videochamada, até dia 3 de março, quando também deu entrevista para um jornal da Paraíba.
"Não saímos logo no início (do conflito) porque temos a mãe do meu esposo, a minha sogra, muito fragilizada e é quase impossível tentar se aventurar a sair da cidade com ela", contou ela à imprensa de seu estado. Depois disso, ninguém mais tem notícias de seu paradeiro.
Te podría interesar
Os primeiros dias de guerra em Mariupol foram muito difíceis, contou Silvana no seu perfil no Instagram. A paraibana explicou que as pessoas sumiram das ruas, por razões óbvias, e que os mercados e lojas estavam quase que totalmente fechados, gerando escassez de alimentos para a população.
"Conseguimos comprar algumas poucas coisas e 4 botijões de água com gás. Nós estamos economizando tudo o que temos, porque não sabemos até quando essa situação se estenderá", postou a brasileira na rede social, dias antes de desaparecer.
Nos últimos contatos Silvana já vinha reclamando dos constantes cortes de energia elétrica e de internet na cidade. Junto com seu desaparecimento veio uma suspeita que deixou seus familiares ainda mais desesperados. Imagens que circulam pelas redes mostram um edifício muito parecido com o que vive a família Pilipenko, e ele estava parcialmente destruído após um bombardeio.
Mesmo sem conseguir confirmar o ataque, os parentes da paraibana seguem tensos e profundamente preocupados, uma vez as imagens coincidem com a data em que os contatos pelo celular cessaram. O Itamaraty informou que segue buscando informações sobre Silvana na Ucrânia, mas que, por conta do cenário provocado pela guerra, esse tipo de trabalho tem sido muito mais complicado que o normal.