A Rússia foi acusada pela Anistia Internacional nesta segunda-feira (28) de ter atacado a Ucrânia com bombas de fragmentação. De acordo com a ONG, uma escola em Okhtyrka, no nordeste do país, sofreu o impacto das bombas, e três pessoas, entre elas uma criança, teriam morrido na explosão.
Diversas discussões foram feitas no mundo na tentativa de proibir o uso das bombas de fragmentação. Este tipo de arma já foi utilizado pela Rússia na Geórgia; pela Otan na Sérvia e no Iraque; por Israel no Líbano em 2006; e pelos Estados Unidos em diversos países como Afeganistão, Sérvia, Laos e Iraque. Estima-se que os EUA e o Reino Unido tenham lançado cerca de um milhão de bombas de fragmentação no Iraque.
Te podría interesar
A Convenção de Dublin tentou acabar com o uso destes artefatos no mundo. Porém, os maiores fabricantes e usuários dessas armas - Estados Unidos, Rússia, China, Índia, Paquistão e Israel - nem compareceram ao encontro.
Em 2008, a Convenção sobre Munições de Dispersão, um tratado internacional que proíbe o uso, transferência e estoque de bombas de fragmentação, foi aberta para assinaturas. Até 2021, 110 Estados assinaram o tratado. A Rússia foi um dos que ficou de fora, assim como os Estados Unidos, a Ucrânia, a China e o Brasil.
Te podría interesar
O que são bombas de fragmentação
As bombas de fragmentação, conhecidas também como cluster, são artefatos que, quando acionados, liberam uma certa quantidade de projéteis ou fragmentos menores que são lançados em alta velocidade em todas as direções, com a finalidade de causar um grande número de vítimas.
Seus efeitos são devastadores: além de mortos e feridos, muitas pessoas entram em pânico com a dispersão dos projéteis. Dependendo do modelo, o número de submunições pode variar de dezenas a mais de 600. As bombas de fragmentação podem ser lançadas a partir do ar e do solo, e também podem ser utilizadas como minas terrestres, já que são capazes de serem detonadas muitos anos após o fim do conflito.