O ministro dos Negócios Estrangeiros da Bielorrússia, Vladimir Makei, abriu na manhã desta segunda-feira (28) a mesa de negociações entre Ucrânia e Rússia para tentar por fim à guerra que já dura cinco dias e deixou ao menos 102 civis mortos.
"Caros amigos, o Presidente da Bielorrússia pediu-me para vos dar as boas-vindas e facilitar o vosso trabalho tanto quanto possível. Como foi acordado com os presidentes Zelenskyy e Putin, você pode se sentir completamente seguro. É nosso dever sagrado", disse Makei, em vídeo distribuído pelo governo bielorrusso.
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A delegação da Ucrânia chegou à cidade de Gomel pela manhã e já era aguardada por representantes do governo Vladimir Putin.
A delegação russa, com representantes dos ministérios da Defesa e de Relações Internacionais, além de membros do gabinete de Vladimir Putin, chegou na noite de domingo ao país, após críticas do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, que disse que só seria possível conversar em Gomel se os ataques da Rússia não tivessem partido de território bielorusso.
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Antes da reunião, o líder belarusso, Aleksandr Lukashenko, pediu ao mandatário russo para não retirar a delegação de Gomel.
No entanto, Lukashenko garantiu a Zelensky que "todos os aviões, helicópteros e mísseis estacionados em território bielorrusso permanecem no solo durante a viagem, as conversações e o regresso da delegação ucraniana".
O presidente Zelensky não acredita que as negociações com o lado russo sejam bem-sucedidas, mas são "uma pequena oportunidade e é preciso tentar".
ONU: 102 civis foram mortos
No quinto dia da guerra na Ucrânia, a Rússia reduziu o número de ataques, mas segue concentrada na tentativa de tomar a capital, Kiev, onde as tropas ucranianas resistem.
O Estado-Maior das Forças Armadas ucraniano afirmou que os russos atacaram prédios residenciais com mísseis as cidades de Zhytomyr e Chernigov.
Pela manhã, o Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, divulgou que 102 civis foram mortos durante a guerra, que já gerou um fluxo de 380 mil refugiados, que se dirigem para países vizinhos na Europa.
Nos EUA, Joe Biden tenta incitar uma reação ucraniana liberando US$ 350 milhões em armamentos para o país do leste europeu enfrentar a Rússia, enquanto vê sua popularidade derreter e chegar ao menor nível desde a posse na Casa Branca.
Segundo pesquisa realizada pelo jornal The Washington Post e a rede de Televisão ABC News entre os dias 20 e 24 de fevereiro, a desaprovação ao governo democrata chegou a 55% e a aprovação caiu para 37%.
Entre republicanos, a desaprovação chegou a 86%. Já entre independentes (sem posição política definida), atingiu 61%. No grupo de democratas, 77% aprovam Biden.
Já o Ministério de Relações Exteriores da China disse nesta segunda-feira (28) que se opõe às sanções impostas à Rússia — os chineses têm reiterado que são contrários à medida, mas, agora, a declaração foi feita após a retirada de bancos russos do sistema internacional de pagamentos Swift.
O porta-voz do ministério, Wang Wenbin, afirmou também que todos os lados devem ficar calmos e evitar uma escalada do conflito.
Veja imagens do quinto dia de guerra na Ucrânia