LIBERDADE DE EXPRESSÃO

Um Dia Internacional por Assange: É o que pedem mobilizações nesta sexta; confira onde no Brasil

Fundador do WikiLeaks está preso nos Reino Unidos sob risco de ser extraditado para os Estados Unidos

Julian Assange.Créditos: Reprodução/Twitter
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Enquanto o fundador do WikiLeaks, o jornalista Julian Assange, segue lutando para não ser extraditado do Reino Unido para os Estados Unidos, movimentos  se reúnem nesta sexta-feira (25) em uma jornada de lutas internacional com o objetivo de defender a liberdade para Assange. 

Em janeiro, a justiça britânica acatou uma ação movida por Assange e decidiu que ele poderá recorrer à Suprema Corte do Reino Unido contra sua extradição para os Estados Unidos. Em dezembro, a corte de apelações de Londres havia aprovado a entrega do australiano à Justiça norte-americana.

O jornalista investigativo está sendo acusado de crimes de conspiração espionagem pelo governo estadunidense em razão das revelações feitas pelo WikiLeaks e poderia pegar até 175 anos de prisão. As denúncias do site mostraram, entre outros segredos guardados pelos governos estadunidenses, a brutalidade das operações militares do país no Afeganistão e no Iraque, com a prática comum de torturas e mortes não registradas.

Protestos acontecem em diversos países

As mobilizações do Dia Internacional de Mobilizações para Liberdade de Assange, previstas para esta sexta, devem ocorrer em diversos países. Os locais das ações são embaixadas e consulados dos Estados Unidos e do Reino Unido. No Brasil, atos estão previstos em Belo Horizonte, Brasília, Recife, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre. 

A data 25 de fevereiro foi escolhida porque será realizado neste dia o Tribunal de Belmarsh, em Nova York, com jornalistas, políticos e juristas, articulado pela Assembleia Internacional dos Povos (AIP) com a Internacional Progressista.

Em entrevista à Fórum, Giovani Del Prete, da Assembleia Internacional dos Povos (AIP), destacou que um dos objetivos da mobilização é de justamente criar visibilidade para a situação de Assange diante do cerco midiático promovido pelas grandes corporações internacionais. 

"É importante fazer com que a mensagem do trabalho de Assange seja lembrada", afirmou o ativista, que destacou que o WikiLeaks expôs informações verdadeiras sobre crimes de guerra dos Estados Unidos e de aliados. "Pretendemos realizar manifestações uma vez por mês com o objetivo de pautar esse tema de maneira permanente", afirmou.

As próximas datas são: 11 de março, 11 de abril e 3 de maio (Dia Mundial da Liberdade de Imprensa). Em 11 de abril, a prisão de Assange no Reino Unido - após extradição do Equador - completa 3 anos.

"Mais do que não ser extraditado, a nossa luta é para que ele seja libertado. Não adianta ser mantido preso no Reino Unido nas condições em que está. O próprio relator especial da ONU sobre tortura e outros tratamentos cruéis, Juan Méndez, já reconheceu que Assange é submetido a uma tortura psicológica há anos, mais de uma década", acrescentou Del Prete.]

Revelações de Assange

Documentos e vídeos divulgados por Assange, em 2010 e 2011, descortinaram uma série de abusos cometidos por militares dos Estados Unidos, que assassinaram centenas de civis no Afeganistão e cerca de 66 mil em território iraquiano, além da tortura de prisioneiros.

O governo brasileiro foi alvo das violações denunciadas pelo fundador do Wikileaks, durante os mandatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidenta Dilma Rousseff. Documentos vazados revelaram inúmeras as ações de espionagem do governo norte-americano contra membros do governo e contra a Petrobras.

Advogados de Assange estimam que caso ele seja extraditado e condenado nas 18 acusações que enfrenta nos EUA – entre elas, conspirar para hackear bancos de dados militares dos EUA de modo a obter informações secretas confidenciais relacionadas às guerras do Afeganistão e do Iraque, que foram publicadas no site Wikileaks – ele pode pegar até 175 anos de prisão.

Saiba o local de horário dos atos pela liberdade de Assange no Brasil

São Paulo - Consulado Geral do Reino Unido, 11h.

Brasília - Embaixada dos EUA, depois segue para Embaixada do Reino Unido - 9h30

Porto Alegre - Consulado Geral dos EUA  - 12h

Recife - Edifício Thomas Edison - 9h

Rio de Janeiro - Consulado dos EUA - 8h30

Belo Horizonte - Escritório da Embaixada dos EUA – 10h