Fundador do WikiLeaks, Julian Assange teve pedido acatado pela Justiça britânica nesta segunda-feira (24) e poderá recorrer à Suprema Corte sobre sua extradição para os Estados Unidos. No mês passado, a corte de apelações de Londres havia aprovado a entrega do australiano à Justiça norte-americana.
As autoridades querem que Assange, nascido na Austrália, de 50 anos, seja julgado por 18 acusações relacionadas à divulgação pelo WikiLeaks de registros militares confidenciais dos EUA e telegramas diplomáticos.
“Não se engane, vencemos hoje no tribunal”, disse a esposa do ativista, Stella Moris, com quem ele teve dois filhos enquanto estava na embaixada equatoriana. "Nossa luta continua, e vamos lutar contra isso até que Julian esteja livre", afirmou.
Em dezembro, o Supremo Tribunal anulou a decisão de um tribunal inferior que dizia que Assange não deveria ser extraditado porque sua saúde mental frágil significava que ele estaria em risco de suicídio.
Revelações de Assange
As denúncias do jornalista mostraram, entre outros segredos guardados pelos governos estadunidenses, a brutalidade das operações militares do país no Afeganistão e no Iraque, com a prática comum de torturas e mortes não registradas.
Documentos e vídeos divulgados por Assange, em 2010 e 2011, descortinaram uma série de abusos cometidos por militares dos Estados Unidos, que assassinaram centenas de civis no Afeganistão e cerca de 66 mil em território iraquiano, além da tortura de prisioneiros.
Advogados de Assange estimam que caso ele seja extraditado e condenado nas 18 acusações que enfrenta nos EUA – entre elas, conspirar para hackear bancos de dados militares dos EUA de modo a obter informações secretas confidenciais relacionadas às guerras do Afeganistão e do Iraque, que foram publicadas no site Wikileaks – ele pode pegar até 175 anos de prisão.
A decisão é o último passo na longa batalha de Assange para evitar o julgamento de uma série de acusações relacionadas à publicação de documentos confidenciais pelo WikiLeaks há mais de uma década.