Em entrevista coletiva logo após a declaração de Vladimir Putin que desencadeou a guerra na Ucrânia, o Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, fez um apelo ao presidente russo, compartilhado em letras garrafais no Twitter da entidade multilateral.
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"Devo dizer, presidente Putin: em nome da humanidade, traga suas tropas de volta à Rússia. Em nome da humanidade, não permita que comece na Europa o que poderia ser a pior guerra desde o início do século, com consequências não só devastadoras para a Ucrânia, não apenas trágicas para a Federação Russa, mas com um impacto que nem sequer podemos prever para a economia global em um momento em que estamos saindo da pandemia da Covid e tantos países em desenvolvimento precisam absolutamente ter espaço para a recuperação que seria muito, muito difícil, com os altos preços do petróleo, com o fim das exportações de trigo da Ucrânia, e com o aumento das taxas de juros causado pela instabilidade nos mercados internacionais. Este conflito deve parar agora", afirmou Guterres.
Segundo Guterres, os ataques da Rússia na Ucrânia podem levar a uma guerra generalizada e "é difícil prever o quão dramático será no número de pessoas que morrerão, no número de pessoas que serão deslocadas, no número de pessoas que perderão a esperança em relação ao futuro".
"O que está claro para mim é que essa guerra não faz nenhum sentido. Viola os princípios da Carta. E causará, se não parar, um nível de sofrimento que a Europa não conhece desde, pelo menos, a crise dos Balcãs", afirmou.
"Grave violação do direito internacional", diz Otan
Secretário-Geral da Organização do Tratado Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg afirmou que a declaração de guerra da Rússia à Ucrânia "é uma grave violação do direito internacional e uma séria ameaça à segurança euro-atlântica".
"Esta é uma grave violação do direito internacional e uma séria ameaça à segurança euro-atlântica. Exorto a Rússia a cessar imediatamente sua ação militar e respeitar a soberania e a integridade territorial da Ucrânia", disse Stoltenberg, afirmando que a Otan se reunirá "para tratar das consequências das ações agressivas da Rússia".
"Estamos com o povo da Ucrânia neste momento terrível. A OTAN fará tudo o que for preciso para proteger e defender todos os Aliados".
A Otan, que provocou a reação russa ao tentar cooptar a Ucrânia para o organismo multilateral para se aproximar da fronteira russa, ainda condenou "veementemente o ataque imprudente".
"Mais uma vez, apesar de nossas repetidas advertências e esforços incansáveis ??para se engajar na diplomacia, a Rússia escolheu o caminho da agressão contra um país soberano e independente", disse o secretário-geral da entidade.