Em entrevista ao Fórum Onze e Meia desta quarta-feira (16), o professor e pesquisador em Relações Internacionais da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Reginaldo Nasser declarou que o presidente Jair Bolsonaro "não possui política externa" e que seu governo não tem ou pensa sobre estratégias internacionais.
Além disso, Nasser ainda ironizou o fato de Bolsonaro ter participado de uma homenagem aos soldados soviéticos. "Baixou a bola para os comunistas e homenageou a vitória deles sobre os nazistas", ironizou.
Te podría interesar
Nasser pontuou que a questão a ser discutida deve ir além do debate sobre o fato de Bolsonaro deveria ter ido ou não à Rússia. "Não acho que a questão deveria ser se Bolsonaro deveria ir ou não. A questão é que ele não tem nada a oferecer, ele não possui concepção de nada."
Bolsonaro é zero em diplomacia
Para Nasser, a viagem de Bolsonaro à Rússia "é um negócio deprimente, ele não tem capacidade, habilidade diplomática, ele é zero".
Te podría interesar
Sobre os interesses do presidente da Rússia em receber Bolsonaro, Nasser explicou que o líder russo é muito "preparado" em políticas internacionais.
"O Putin é preparado, fez um convite [para Bolsonaro] por gentileza. Ele não tem nada a perder, ele conversa com todo mundo desde que não tenha a perder e, como ele sabe da proximidade do governo brasileiro com os EUA, ele aproveita para cutucar os EUA, nada além disso", pontuou o pesquisador.
Nasser também revelou que recentemente foi realizada uma pesquisa na Rússia que mostra que, entre a população russa, ninguém conhece Bolsonaro.
"A pesquisa indicou que ninguém conhece Bolsonaro, mas conhece Lula. E uma geração mais velha conhece o Fernando Henrique Cardoso (ex-presidente) e também o Lula. Isso é um fato", disse Nasser.
A respeito de danos ao Brasil sobre a imagem do país internacionalmente, Reginaldo Nasser explicou que as diplomacias e pesquisadores entendem o atual contexto do Brasil e que Bolsonaro não representa a tradição do país em relações internacionais.
Confira abaixo a entrevista na íntegra.
