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O aviador Adolfo Scilingo, que comandou os voos da morte na Argentina, foi identificado andando livremente pelas ruas da Espanha, nesta semana.
A liberdade do repressor é possível graças a um benefício carcerário que permitiu ao condenado passar a um regime de reinserção após 22 anos de prisão, que correspondem a somente 4% da sua pena, de 1084 anos.
Os voos da morte foram uma prática sistemática das ditaduras da Argentina (1976-1983) e do Chile (1973-1990), pela qual opositores a esses regimes capturados e torturados eram dopados, amarrados e jogados em alto mar por aviões militares. No caso da Argentina, se estima que ao menos 4 mil pessoas foram vítimas, incluindo algumas líderes de organizações como as Mães da Praça de Maio.
Scilingo, de 73 anos, foi um dos comandantes desses voos, e fugiu da Argentina após o fim da ditadura em seu país. Foi preso na Espanha nos anos 90, julgado e condenado pelo juiz Baltasar Garzón em 1998, a uma pena de 640 anos de prisão – que seria ampliada em 2007, por outro processo por sua participação em outros crimes da Operação Condor.
A notícia da liberdade de Scilingo provocou o repúdio de diversas organizações, como a central sindical CTA (Confederaçao dos Trabalhadores Argentinos), que publicou um comunicado dizendo que iniciou uma articulação com outras organizações argentinas e espanholas “para impedir este fato grave, e que ele retorne ao lugar de onde nunca deveria ter saído”.