A Seleção Brasileira chega à Copa do Mundo do Catar 2022 como uma dos favoritas para a conquista do título. No caso brasileiro, a seleção mais tradicional da história do futebol mundial, seria o hexacampeonato, o que deixaria os demais países ainda mais distantes em termos de glórias no futebol. Além das cinco Copas do Mundo, o Brasil também já venceu a Copa América por nove vezes, a Copa das Confederações por quatro vezes e obteve duas medalhas de ouro, em 2016 e 2020, dos Jogos Olímpicos.
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Mas apesar de todas as conquistas, história e da camisa pesada, o Brasil não teve o sucesso que gostaria nos últimos quatro mundiais, tendo caído nas quartas de final em três deles, e nas semifinais, em casa, sendo goleado pela Alemanha, em outro. Será que dessa vez a seleção brasileira retoma o caminho das vitórias em Copas do Mundo?
Para isso, o Brasil conta com um longo trabalho do técnico Tite, além de sua principal estrela, o atacante Neymar, do Paris Saint-Germain, que busca uma possível última chance de ser campeão do mundo pela seleção, uma vez que não é mais o “menino Neymar”. Ao lado dele, uma série de jogadores com destaque nas principais ligas europeias e que buscam consolidar como vitoriosa uma geração marcada pela derrota de 2014, apesar dos dois ouros olímpicos.
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Entre os atacantes estão Vinícios Júnior e Rodrygo (Real Madrid), Gabriel Jesus e Gabriel Martinelli (Arsenal), Richarlison (Tottenham), Raphinha (Barcelona) e Anthony (Manchester United).
Entre os meias, Tite terá à disposição Bruno Guimarães (Newcastle), Fabinho (Liverpool), Lucas Paquetá (West Ham United), além de Casemiro e Fred, do Manchester United. Os zagueiros serão Militão (Real Madrid), Marquinhos (PSG), Thiago Silva (Chelsea) e Bremer (Juventus), além dos laterais Alex Telles (Sevilla), Daniel Alves (Pumas-MÉX), Danilo e Alex Sandro, ambos da Juventus. Dani Alves é o único cuja escalação foi muito contestada pela torcida.
Completam o time os goleiros Alisson (Liverpool) e Ederson (Manchester City), além dos jogadores que atuam no futebol brasileiro: o goleiro Weverton, do Palmeiras, atual campeão Brasileiro, o meia Everton Ribeiro e o atacante Pedro, ambos do Flamengo, atual campeão da Copa do Brasil e Copa Libertadores da América.
A seleção Brasileira se classificou para a Copa o Mundo do Catar após terminar invicta e em primeiro lugar nas Eliminatórias da América do Sul. Com 14 vitórias e 3 empates, o Brasil somou 45 contos, 6 a mais que a segunda colocada Argentina.
Em busca do hexa, o Brasil estreia contra a Sérvia pelo Grupo G da Copa do Mundo do Catar 2022 nesta quinta-feira (24 de novembro), às 16h, em Lusail. Na sequência a seleção brasileira mede forças com a Suíça no Estádio 974, na segunda-feira seguinte (28) às 13h. Fechando a participação na fase de grupos, o Brasil joga contra o Camarões, novamente em Lusail, na sexta-feira, 2 de dezembro, às 16h.
Relembre a trajetória do Brasil na história das Copas do Mundo
1930-1954
O primeiro gol da Seleção Brasileira na história das Copas foi marcado no Uruguai, em 1930, logo na estreia, por Preguinho, do Fluminense. Mas infelizmente o Brasil perdeu essa partida para a Iugoslávia por 2 a 1. Mesmo vencendo a Bolívia por 4 a 0 no segundo jogo, com dois gols de Preguinho e dois de Moderato, do Flamengo, o Brasil acabou eliminado na primeira fase.
Na Copa da Itália, em 1934, o Brasil perdeu nas oitavas de final para a Espanha por 3 a 1. Na Copa do Mundo de 1938, disputada na França, o Brasil foi um pouco mais longe. Bateu a Polônia nas oitavas de final por 6 a 5 e a Tchecoslováquia nas quartas por 2 a 1, em partida de desempate. O Brasil acabou perdendo para a Itália, que venceria a Hungria na final. Na disputa pelo terceiro lugar, a seleção Brasileira venceu a Suécia por 4 a 2.
Devido à eclosão da Segunda Guerra Mundial, entre 1939 e 1945, e os anos posteriores em que a Europa se encontrava destruída pelo conflito, as Copas de 1942 e 1946, até então previstas, não ocorreram. Mas em 1950 o Brasil sediaria o mundial pela primeira vez, como uma alternativa aos países que se reconstruíam e pela popularidade que o esporte já tinha no país, que arrastava multidões nos campeonatos estaduais - ainda sem uma liga nacional organizada.
Na primeira fase bateu o México na estreia por 4 a 0, dois gols de Jair Rosa Pinto (Palmeiras), um de Balthazar (Corinthians) e outro de Ademir de Menezes (Vasco). Na sequência empatou em 2 a 2 com a Suíça, com gols de Alfredo (Vasco) e Balthazar. Fechando o grupo, bateu a Iugoslávia por 2 a 0 com gols de Ademir de Menezes e Zizinho (Bangu). Em primeiro lugar no grupo, estava classificado para o quadrangular final, onde os vencedores de cada grupo jogavam entre si. Após golear a Suécia por 7 a 1 e a Espanha por 6 a 1, o Brasil jogaria o último jogo, para um público de 200 mil pessoas no Maracanã, pelo empate com o Uruguai. O título era questão de tempo, e a derrota de virada na final, por 2 a 1, mergulhou o país em uma das suas noites mais tristes em relação à paixão popular pelo futebol, transformando uma futura conquista da Copa do Mundo em obsseção.
Na Suíça, em 1954, o Brasil passaria por México e Iugoslávia na fase inicial até cair para a Hungria nas oitavas de final, com derrota por 4 a 2. E após vencer duas Copas do Mundo seguidas, o Brasil voltaria a fazer uma má campanha na Inglaterra, em 1966, quando caiu na fase de grupos após perder para Portugal e Hungria. O Rei Pelé esteve machucado durante esse mundial e não conseguiu jogar as partidas.
Brasil Campeão do Mundo – Suécia 1958
O Brasil chegou à Copa de 1958, na Suécia, com um elenco renovado em relação às copas anteriores, e mesmo não tendo tido tanta sorte em casa, e vivido uma depressão pós-maracanazo em 1954, era considerado uma das seleções que poderia vencer a disputa. Logo na estreia o Brasil venceu a Áustria por 3 a 0, com dois gols de Mazzola (Palmeiras) e um de Nilton Santos (Botafogo). No jogo seguinte, empate sem gols com a Inglaterra e, no jogo derradeiro do Grupo 4, contra a União Soviética, venceu por 2 a 0 com gols de Vavá (Vasco).
A vitória por 1 a 0 contra o País de Gales nas quartas de final marcou o primeiro do Rei Pelé, então um jovenzinho de 17 anos, em Copas do Mundo. E Edson Arantes do Nascimento então desencantou. Na semifinal marcou três na França, Vavá e Didi (Botafogo) completaram os 5 gols brasileiros; 5 a 2. Na final o Brasil não tomou conhecimento da anfitriã, Suécia, e venceu por 5 a 2. Após sair perdendo, o Brasil virou a partida com dois gols de Vavá, um de Zagallo (Botafogo) e mais dois de Pelé, entre eles o mítico gol em que Pelé aplica um chapéu no defensor sueco, dentro da área, antes de estufar as redes. Assim o fantasma de 1950 estava espantado e o Brasil estava pronto para mais conquistas.
Brasil Bicampeão do Mundo – Chile 1962
O mundial seguinte, disputado no Chile, veria o segundo título brasileiro. Com gols de Zagallo (agora no Flamengo) e Pelé (sempre no Santos), o Brasil venceu o México por 2 a 0 na estreia. Em seguida, empate sem gols com a Tchecoslováquia, e, fechando a fase grupos, vitória por 2 a 0 sobre a Espanha com dois gols de Amarildo, que substituiu Pelé, lesionado no jogo anterior e que não voltaria a jogar naquele torneio.
Nas quartas de final o Brasil bateu a Inglaterra por 3 a 1, com dois gols de Garrincha e um de Vavá. Nas semifinais, a vítima de Garrincha e Vavá foi o Chile. Cada jogador marcou duas vezes em vitória por 4 a 2 contra os anfitriões. Na final, contra a Tchecoslováquia, o Brasil novamente sairia perdendo. Mas com gols de Amarildo, Zito e Vavá, a seleção brasileira venceria por 3 a 1 e traria o bicampeonato para casa.
Brasil Tricampeão do Mundo – México 1970
Félix, Carlos Alberto, Brito, Piazza e Everaldo. Clodoaldo, Gérson, Jairzinho e Rivellino. Pelé e Tostão. Esse era o esquadrão montado por João Saldanha para a Copa do Mundo de 1970, no México, que, após divergências com representantes do regime militar brasileiro, foi afastado das suas funções e substituído pelo ex-jogador e então técnico, Zagallo.
Logo na estreia, goleada sobre a atual vice-campeã, Tchecolosváquia, por 4 a 1: gols de Pelé, Rivellino e Jairzinho (2). Em seguida, vitória magra contra a Inglaterra com gol de Jairzinho, em partida que ficou famosa pela espetacular defesa do goleiro Gordon Banks de uma cabeçada a queima roupa de Pelé. No último jogo, com dois de Pelé e um de Jairzinho, o Brasil venceu a Romênia por 3 a 2 e foi para as quartas de final.
Nas quartas, vitória por 4 a 1 sobre o Peru com dois gols de Tostão, um de Rivellino e outro de Jairzinho. Nas semifinais, o Brasil finalmente se vinga do Uruguai e vence por 3 a 1, com direito ao histórico drible de corpo que Pelé aplicou no goleiro uruguaio e quase resultou em um golaço, e o episódio da cotovelada dada por Pelé em adversário que, pela encenação do Rei, teve como consequência um cartão amarelo para o uruguaio. O show foi de Pelé, mas os gols marcados nessa partida foram feitos por Rivellino, Clodoaldo e Jairzinho.
Na final contra a Itália, outro massacre: 4 a 1. Pelé abriu o placar no primeiro tempo com um golaço de cabeça após cruzamento de Rivellino mas a Itália empatou com Boninsegna aos 37 minutos. No segundo tempo o Brasil foi pra cima e marcou com três, com Gérson, Jairzinho e Carlos Alberto, para levar definitivamente a Taça Jules Rimet para casa. É verdade que a taça foi roubada e derretida por ladrões após chegar por aqui, mas isso já é outra história…
Brasil Tetracampeão do Mundo – Estados Unidos 1994
Mesmo sem vencer as Copas seguintes, o Brasil acumulou boas colocações como o quarto lugar em 1974 na Alemanha, o terceiro lugar na Argentina em 1978, a segunda fase em 1982 (Espanha), e as quartas de final em 1986 (México) e oitavas em 1990 (Itália). No entanto a torcida brasileira sentia falta de um título.
O Brasil chegaria à Copa do Mundo de 1994, nos Estados Unidos, badalada pelos gringos e extremamente criticada pela imprensa brasileira, que não aceitava as ideias do então técnico Carlos Alberto Parreira. A seleção canarinho estreou com vitória sobre a Rússia por 2 a 0, com gols de Romário e Raí. Na sequência venceu o Camarões por 3 a 0, com gols de Romário, Márcio Santos e Bebeto. Fechando o Grupo B, empatou com a Suécia em 1 a 1, com gol de Romário.
Nas quartas de final, bateu os donos da casa, os Estados Unidos, por 1 a 0 com gol de Bebeto, em partida que perdeu o lateral-esquerdo Leonardo para o resto do torneio por indisciplina, após violenta cotovelada em adversário.
As quartas de final iam empatando contra a Holanda. O Brasil tinha saído na frente com gols de Romário e Bebeto, mas os holandeses empataram com Denis Bergkamp e Aron Winter. O gol da vitória brasileira saiu justamente dos pés de Branco, que vinha do banco de reservas substituir Leonardo, após cobrança de falta na intermediária. A bola entrou com força no canto esquerdo do goleiro holandês após um corta luz de Romário no meio do caminho.
O Brasil então venceu a Suécia na semifinal, por 1 a 0, com um gol de cabeça do baixinho Romário entre os gigantes zagueiros suecos e foi para a final contra a Itália, que havia vencido a Bulgária de Stoichkov nas semifinais. E quem vencesse a grande final seria o primeiro tetracampeão do mundo. Após empate sem gols no tempo normal e na prorrogação, o Brasil vencia as penalidades por 3 a 2 quando o craque italiano, Roberto Baggio, isolou a cobrança final de seu país.
"É treta!", vibrou o famoso narrador da TV Globo, Galvão Bueno, ao lado de Pelé, na transmissão da partida disputada em Pasadena, na Califórnia. E as ruas do Brasil eram tomadas por uma grande festa.
Brasil Pentacampeão do Mundo – Japão e Coreia do Sul 2002
Sob o comando de Luiz Felipe Scolari e contando com Rivaldo, Ronaldo e Ronaldinho Gaúcho no comando do ataque, além da dupla Cafu e Roberto Carlos nas laterais, o Brasil venceria o pentacampeonato com 7 vitórias em 7 jogos e espantaria de vez os traumas da Copa do Mundo anterior, disputada na França, em que chegou badalado para a disputa mas acabou derrotado na final por 3 a 0.
Com gols de Ronaldo e Rivaldo, o Brasil venceu a Turquia na estreia por 2 a 1, e em seguida goleou a China por 4 a 0, com gols de Roberto Carlos, de falta, Rivaldo, Ronaldo e Ronaldinho Gaúcho. No terceiro jogo, venceu a Costa Costa Rica por 5 a 2, com dois gols de Ronaldo, um de meia bicicleta do zagueiro Edmílson, além de Rivaldo e do lateral Júnior.
Nas oitavas final, vitória por 2 a 0 contra a Bélgica, novamente com gols de Rivaldo e Ronaldo. Nas quartas, virada sobre a Inglaterra, com direito a um golaço de Rivaldo e outro de Ronaldinho, de falta, encobrindo o goleiro inglês. A vitória magra, por 1 a 0, com gol de Ronaldo sobre a Turquia nas semifinais, e uma final tranquila contra a Alemanha, vencida com dois gols de Ronaldo, em que o Brasil passou poucos apuros, garantiu o pentacampeonato da Copa do Mundo ao Brasil, e a fatídica cambalhota do volante corintiano Vampeta na rampa do Palácio do Planalto, diante do então presidente brasileiro Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
Depois disso, a seleção brasileira tem vivido um período de mais dificuldades em Copas, tendo caído nas quartas de final para a França em 2006, para Holanda em 2010 e para a Bélgica me 2018, além da perda das semifinais em casa para a Alemanha, por 7 a 1, em 2014, no Mineirão. Será que no Catar, em 2022, iremos retomar o caminho das vitórias?