Para tentar superar a fase de grupos pela primeira vez na história, a Seleção da Tunísia leva para a Copa do Mundo do Catar 2022 os atacantes veteranos Wahbi Khazri e Youssef Msakni, além da revelação Hannibal Mejbri, meio-campista que atua na Inglaterra. Os adversários dos tunisinos no Grupo D do mundial serão a atual campeã França - que inclusive chegou a ocupar o país entre os séculos XIX e XX - e as seleções da Austrália e Dinamarca.
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Ao longo da história, a Seleção da Tunísia já foi campeã da Copa das Nações Árabes em 1963 e da Copa Africana de Nações em 2004. Além disso, fará neste ano a sua sexta participação em mundiais. A primeira Copa do Mundo que a Tunísia participou foi na Argentina, em 1978, quando teve sua melhor participação, após empatar sem gols com a então campeã Alemanha Ocidental e perder para Polônia e México.
Em 1998, na França, a Tunísia repetiu a campanha de um ponto, com empate diante da Romênia e derrotas para Inglaterra e Colômbia. Em 2002 (Coreia e Japão), 2006 (Alemanha) e 2018 (Rússia) novamente caiu na primeira fase. Na Copa da Rússia, a Tunísia conseguiu sua primeira vitória em mundiais ao bater o Panamá por 2 a 1, em jogo que ambos já não nutriam esperanças de classificação.
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Nas Eliminatórias da África, a Tunísia passou em primeiro lugar no Grupo B, onde enfrentou Guiné Equatorial, Zâmbia e Mauritânia. Com 4 vitórias, um empate e uma derrota, terminou dois pontos adiante da eliminada Guiné Equatorial e partiu pela fase final onde teve o Mali pela frente. Após vencer por 1 a 0 como visitante e empatar sem gols no Olympique de Radès, em Tunes, o país se classificou para a Copa do Mundo do Catar 2022.
A seleção da Tunísia estreia na Copa do Mundo do Catar 2022 contra a Dinamarca no próximo dia 22 de novembro, às 10h de Brasília, no estádio Cidade da Educação. Na sequência pega a Austrália, no sábado (26), às 7h, no estádio Al Janoub. Fechando sua participação no Grupo D do mundial, a Tunísia joga contra a atual campeã França na quarta-feira seguinte (30), 12h, novamente no estádio Cidade da Educação.
O que você precisa saber sobre a política na Tunísia
A Tunísia se organiza como uma república constitucional, com capital na cidade de Tunes. Tem um presidente que atua como chefe de Estado e um primeiro-ministro que é o chefe de Governo. Atualmente o presidente é Käis Saïed e a primeira-ministra é Najla Bouden Romdhane. O país dispõe de um parlamento unicameral e judiciário independente. A Constituição aprovada em janeiro de 2014 garante os direitos políticos às mulheres e determina que o presidente do país deva ser da religião muçulmana.
A nova e progressiva Constituição é produto da Revolução de 2011, que exigiu justamente a abertura de direitos políticos e a liberdade de expressão no país, além de derrubar um governo que se mantinha no poder por 25 anos. Não é por acaso que desde a nova Constituição o número de partidos político, bem como da presença feminina na política têm aumentado. Mesmo antes da Revolução, as mulheres já tinham 20% dos assentos no parlamento, o que mostra que a Tunísia é um país mais aberto nesse sentido e prova que a exclusão feminina da vida política nada tem a ver com religião, mas com autoritarismo. Em 2017 a Tunísia foi o primeiro país árabe a proibir a violência doméstica contra a mulher.
O que você precisa saber sobre a história da Tunísia
De acordo com registros históricos a região onde está a Tunísia foi povoada por tribos berberes, presentes em todo o norte da África, e, após ter sua costa ser colonizada por fenícios, povo antigo do Oriente Médio, foi fundada cidade de Cartago no século IX a.c.. Mais tarde, Cartago tornou-se um império até ser conquistada pelo Império Romano. Ao longo da idade média a região formou parte do Califado islâmico de Saladino, que chegou a conquistar quase a totalidade da Península Ibérica, na Europa, além, é claro, do Norte da África, onde está a Tunísia. Em período posterior, também formou parte do Império Otomano.
A França entrou na Tunísia em 1881 com o pretexto de que precisaria da passagem para invadir a vizinha Argélia. Com um exército de 36 mil homens estacionados no país, o Império Francês então forçou a assinatura do Tratado de Bardo, que transformou o país em um protetorado francês. A independência veio apenas em 1956, liderada por Habib Bouguiba que acabou se tornando o primeiro presidente da Tunísia. Ele foi sucedido pelo então primeiro-ministro Ben Ali em 1987. Ali acabou reeleito sistematicamente até a Revolução de 2011, quando fugiu do país.
O que você precisa saber sobre a economia da Tunísia
Com uma população de quase 12 milhões de habitantes e PIB de 468 bilhões de dólares registrados em 2021, a Tunísia apresenta uma renda per capita de 40 mil dólares. Com um baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), alcançando a cifra 0,731, o país apresenta altas taxas de pobreza.
Historicamente voltado para a exportação de manufaturas, minérios e produtos agrícolas, a Tunísia tem vivido um lento processo de liberalização da economia desde os anos 90. O setor de serviços representa, segundo dados de 2019, mais de 60% do PIB do país, enquanto agricultura e indústria somam cerca de 37%. Azeitonas, tomates e tâmaras são os principais produtos produzidos pela agricultura do país. Já na indústria alimentícia, o país se destaca pela produção de leite de vaca e azeite de oliva, entre outros produtos. A indústria do país ainda produz roupas, calçados, peças de automóveis e eletrodomésticos. A mineração se destaca como um dos maiores extratores e exportadores de fosfato do mundo.
O que você precisa saber sobre a Cultura da Tunísia
Quase 100% dos tunisinos são muçulmanos, e a maior parte deles sunitas. No entanto existem pequenos grupos de ibaditas entre os povos berberes originários do territórios. O árabe é a língua oficial do país, e a variação tunisina do árabe conhecida como Derja é a mais usada popularmente.
Ainda existe uma pequena minoria que utiliza línguas berberes para se comunicar, conhecidas como Shelhga. Além do árabe, do Derja e das Shelhas, o francês também cumpre um importante papel, sobretudo no turismo, na educação, imprensa e mundo corporativo.
A seleção da Tunísia: Os jogadores que vão participar da Copa
Para tentar superar a fase de grupos pela primeira vez na história, o técnico da Tunísia, Jalel Kadri, conta com os atacantes Wahbi Khazri, goleador do Montpellier da França, e Youssef Msakni, que joga no Al-Arabi, clube do próprio Catar. Além deles, a principal revelação do futebol tunisiano estará presente: Hannibal Mejbri, meio-campista do Manchester United, que atualmente está emprestado ao Birmingham City.
O modesto time da Tunísia conta com uma série de jogadores que atuam na liga local, no futebol egípcio ou em clubes médios e pequenos da Europa. Entre eles estão o lateral Ali Maaloul, do Al Ahly do Egito, o zagueiro Dylan Bronn da Salernitana (Itália) e o volante Aissa Laidouni, do Ferencvaros, da Hungria.