REAÇÃO

Paralimpíadas: A incrível história da nadadora que ganhou prata após ataque de tubarão

A façanha da atleta foi obtida apenas 16 meses depois de perder uma perna nadando no Oceano Atlântico

Ali Truwit e a medalha de prata.Créditos: Reprodução/Instagram Ali Truwit
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Esta é uma das muitas histórias emocionantes que brotam aos montes nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024, na França. Porém, traz alguns ingredientes a mais: ataque de tubarão, recuperação e conquista da medalha de prata. Tudo isso em apenas 16 meses.

Em maio de 2023, a nadadora estadunidense Ali Truwit perdeu a perna esquerda durante um ataque de tubarão. Pouco mais de um ano depois, brilhou em sua volta à natação e conquistou uma medalha na competição francesa.

Ali ficou em segundo lugar na final da prova dos 400 metros livre feminino S10. Além disso, estabeleceu novo recorde dos EUA, com o tempo de 4m31s39.

Quando você realmente enfrenta a morte e entende o que uma segunda chance na vida significa, você quer aproveitar ao máximo”, declarou a nadadora, depois da prova.

O ataque de tubarão

Ali Truwit nadava na costa das Ilhas Turcas e Caicos, no Oceano Atlântico, em maio de 2023. Em um determinado momento, foi atacada por um tubarão.

Após lutar contra o animal, ela nadou 70 metros até um barco antes de ser levada de helicóptero para o hospital.

Acho que foi instinto de sobrevivência. Foi um dia terrível, é uma memória terrível. Foi chocante, aterrorizante, mas estou viva, estou aqui e vou aproveitar ao máximo”, destacou.

A atleta foi submetida a três cirurgias. Os médicos conseguiram salvar sua vida, mas precisaram amputar a perna esquerda logo abaixo do joelho.

Inicialmente, Ali ficou com fobia de água. Porém, a jovem de 24 anos se reencontrou com seu antigo treinador, James Barone, em setembro de 2023, de acordo com The Guardian.

Em outubro, já participou de sua primeira competição paralímpica, menos de seis meses depois do ataque.

“Todos os dias há algo novo para mim que aprendo que evoca uma nova memória do ataque. Porque eu estava consciente o tempo todo. Sinceramente, no começo eu pensei que seria algo onde eu superaria o medo e pronto. Aprendi com essa jornada que não é assim. Que haverá dias em que será ótimo e haverá dias em que terei que lutar para ter esse amor de volta”, afirmou.

Ajuda imprescindível

A nadadora disse, também, que duas de suas amigas que estavam com ela no dia fatídico observaram sua conquista na Arena La Défense, em Paris.

Sophie, que estava na água comigo, amarrou o torniquete na minha perna e salvou minha vida, está nas arquibancadas, assim como Hannah, que estava no hospital de trauma para onde fui levada de helicóptero. Tenho muita sorte por elas e por todas as outras nas arquibancadas”, contou.

“Acho que meus pais fizeram um trabalho incrível criando a mim e aos meus três irmãos para sermos adaptáveis, para tentarmos buscar o lado positivo da vida e apreciar tudo o que nos foi dado. Então, quando me deparei com um trauma que mudou minha vida, trabalhei para ver o lado positivo e me concentrar na gratidão e deixei que isso me carregasse”, completou Ali.

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