PREJUÍZO

Criptomoedas: Ex-jogador do Corinthians perde R$ 45 milhões em golpe

O atleta, que teve passagens por outras equipes grandes do futebol, investiu a fortuna em empresa fraudulenta; esquema fez 15 mil vítimas no Brasil

Imagem Ilustrativa.Créditos: Michael Wensch/Domínio Público
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Ex-jogador do Corinthians, o volante Jucilei é uma das principais vítimas do golpe da criptomoeda, praticado por um empresário do Paraná. O esquema provocou prejuízos a, pelo menos, 15 mil pessoas no Brasil, de acordo com informações da Polícia Federal (PF).

O caso foi revelado, neste domingo (15), pelo Fantástico, exibido pelo Globo. Jucilei investiu uma fortuna: R$ 45 milhões, por meio das empresas de criptomoedas de Francisley Valdevino da Silva, conhecido como “Sheik dos bitcoins”. O homem, réu até nos Estados Unidos, foi preso em agosto, durante operação da PF.

Segundo as investigações, Francisley se especializou em criar empresas supostamente voltadas a investimentos em criptomoedas. Ele sempre prometia grandes lucros aos investidores no Brasil e no exterior.

Jucilei - oto: Daniel Augusto Jr./Agência Corinthians

Ator foi contratado se passava por CEO

A Forcount era uma das empresas do “sheik dos bitcoins”. Criada em 2015 e lançada no mercado em 2017. Para disfarçar o verdadeiro dono, um ator foi contratado para se passar por Salvador Molina, que se apresentava como CEO.

Porém, o verdadeiro proprietário, de acordo com as apurações de agentes dos Estados Unidos, em parceria com a PF, é Francisley. Ao longo de dois anos de mercado, a Forcount atraiu 30 mil investidores de inúmeros países.

Além de utilizar o ator, a empresa organizava eventos em vários locais do mundo, como Las Vegas (EUA), Punta Cana (República Dominicana), Panamá e Dubai (Emirados Árabes).O objetivo era captar novos clientes, sempre com a promessa de “lucro garantido” com as criptomoedas.

A casa caiu

Somente quatro anos depois, a verdade começou a aparecer, o que provocou prejuízos milionários para quem havia investido o próprio dinheiro no esquema, como o exemplo de Jucilei.

Salvador Molina era, na verdade, uma encenação feita pelo ator Nestor Nunes, nascido no Uruguai, mas que morava em Curitiba, no Brasil havia 36 anos. Ele chegou a participar de produções cinematográficas em inglês, português e espanhol.

Era um teatro, era um verdadeiro teatro, e aí aparecem figuras com essa grande capacidade de convencimento para apresentar o esquema para os potenciais clientes”, explicou o oficial da PF em Nova York, Fabiano Emídio.

O ator está preso nos EUA, réu na investigação desencadeada pela polícia estadunidense a respeito do golpe aplicado pela Forcount.. A apuração do Departamento de Segurança Interna do país concluiu que as promessas eram apenas um esquema de pirâmide. O prejuízo total dos investidores é avaliado em US$ 50 milhões (cerca de R$ 276 milhões).

Francisley já era alvo de investigações no Brasil

Os agentes dos EUA fizeram contato com a Polícia Federal para levantar informações sobre Francisley e descobriram que ele já era investigado no Brasil.

O empresário, que costumava ostentar uma vida de luxo nas redes sociais, já tinha tido problemas com outras duas empresas em seu nome: a Rental Coins e a Interage. A PF informou que o esquema dele no Brasil movimentou, em 2022, R$ 4 bilhões.

O “sheik dos bitcoins” foi preso em agosto, em Curitiba (PR), e é considerado suspeito pelos crimes de lavagem de dinheiro, organização criminosa e fraudes contra o sistema financeiro. Nos EUA, ele é alvo de processo semelhante.

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