GENTE DE BENS

Ele queria te ensinar a lucrar com IA, mas foi preso por roubar R$ 4 milhões em criptomoedas de idosos

Você já ter visto um anúncio em que um homem de óculos e barba rala oferece cursos para “enriquecer sem trabalhar”; Mas a promessa de solução fácil para problemas financeiros guarda uma outra história

Filippe Barreto Sims e Jair do Lago Ferreira Júnior.Créditos: Reprodução /Redes Sociais
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O leitor que costuma acessar o Youtube ou o Instagram já deve ter recebido uma propaganda, em vídeo, de um homem de óculos e barba rala que oferece cursos para ensinar os seguidores a enriquecer na internet usando Inteligência Artificial. Mas assim como todas as promessas de soluções fáceis que são “vendidas” na web, como essa de resolver problemas financeiros sem precisar trabalhar, sempre há uma outra história por trás.

Dessa vez trata-se da história de Filippe Barreto Sims, o coach que acumula 30 mil seguidores e pelo menos 2 milhões de visualizações dos seus vídeos e anúncios. Natural do Mato Grosso do Sul, ele foi preso na última quinta-feira (29) acusado de furtar quase R$ 4 milhões em criptomoedas de um casal de idosos moradores de Campo Grande (MS).

Seu comparsa, Jair do Lago Ferreira Júnior, também foi preso pelas acusações de aplicar um golpe financeiro. Eles teriam fingido amizade com as vítimas e obtiveram, após ganhar a confiança das mesmas, as senhas das suas carteiras digitais, os aplicativos onde as criptomoedas ficam “guardadas”. Limparam os valores.

A história é contada pela investigação da Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco e Assaltos e Sequestros (Garras) da Polícia Civil do MS. O caso começou a ser investigado quando o casal de idosos se deu conta do sumiço dos valores e acionou a polícia.

Com a ajuda do Núcleo de Operações em Croptoativos do Laboratório de Operações Cibernéticas do Ministério Justiça e Segurança Pública, os policiais civis sul-matogrossenses foram capazes de rastrear as criptomoedas furtadas e identificar os ladrões.

Os mandados de busca e apreensão e de prisão temporária contra a dupla foram cumpridos em Osasco (SP) e Curitiba (PR), no âmbito da Operação Verbum Clavis, que significa “palavra-chave” em latim. O caso segue sendo apurado e, se a dupla for condenada por furto qualificado poderá pegar penas que variam de 4 a 8 anos de prisão.

Nas redes sociais Filippe se apresenta como “especialista em tecnologia da informação, inteligência artificial e empreendedorismo”. Sua principal propaganda oferece o ensino de uma “técnica secreta” para faturar na internet. Ele mantinha uma empresa no seu estado natal, mas que está inativa na Receita Federal. Já seu comparsa Jair é sócio de 4 empresas, uma em Campo Grande e outras três no Estado de Santa Catarina.