TRÊS NOMES?

Polêmica sobre nome de égua que vai às Olimpíadas vira briga na Justiça; entenda

Às vésperas do início dos Jogos Olímpico de Paris, uma batalha jurídica agita os bastidores do hipismo brasileiro

A égua Miss Blue.Créditos: Reprodução/Facebook Confederação Brasileira de Hipismo
Escrito en ESPORTE el

Os Jogos Olímpicos de Paris, na França, começam no dia 26 de julho. Para agitar os bastidores da delegação brasileira, uma batalha jurídica tomou conta do hipismo do país. O motivo é insólito: o nome de uma égua que participará da competição olímpica.

Existem, no momento, três nomes para o animal, que aguarda a decisão judicial em relação à disputa entre a proprietária da égua e marcas comerciais.

Miss Blue, Miss Blue Saint Blue Farm e Miss Blue Mystic Rose são os nomes que estão na briga. O animal foi convocado para fazer conjunto com o cavaleiro Yuri Mansur.

Como é frequente, Miss Blue ganhou o sobrenome do haras brasileiro onde nasceu: Miss Blue Mystic Rose. A égua foi vendida com um ano e oito meses para Thalita Olsen, atual proprietária, e é da raça Brasileiro de Hipismo (BH).

A escolha do nome consta nos passaportes e na confederação brasileira da modalidade. Porém, a égua foi levada para a Holanda, e lá acabou sendo registrada como Miss Blue Saint Blue Farm, em junho de 2023.

“A Thalita comprou três animais meus em um leilão e me pediu para criar a Miss Blue até os três anos, quando poderia ser domada. Quando ela foi para o Yuri, já com oito anos, possivelmente por orientação dele mesmo, ela transferiu o animal para a Holanda, tanto que no site da FEI mudaram o nome primeiro para QH Miss Blue Saint Blue Farm”, relatou Nilson Leite, criador da égua e dono do haras Rosa Mystica, em entrevista ao UOL.

Em seguida, o haras ingressou na Justiça para solicitar a anulação do novo nome, levando em conta a Convenção de Estocolmo de 1974, que determina as regras mundiais de propriedade industrial, alegando que um nome dado no Brasil não pode ser mudado em outro país.

Em junho de 2024, o haras obteve liminar na Justiça de Salto de Pirapora, em São Paulo, exigindo a restituição do nome original. Contudo, a Federação Internacional de Hipismo declarou que a decisão não poderia ser tomada unilateralmente.

Logo em seguida, em uma decisão de segunda instância, a liminar acabou derrubada. Enquanto a decisão final não ocorre, Nilson Leite pressiona o Comitê Olímpico do Brasil (COB) a mudar o nome de inscrição da égua nos Jogos Olímpicos.

Como está o nome do animal na lista de competidores

Porém, por enquanto, na lista de competidores inscritos para os Jogos Olímpicos, Miss Blue aparece como Miss Blue Saint Blue Farm, com um risco sobre os três últimos nomes. Isso porque o Comitê Olímpico Internacional (COI) não permite marcas no nome dos animais. Na lista de largada, no resultado final e em todos os outros documentos a égua será só Miss Blue.

As partes correm contra o tempo antes do início dos Jogos. A disputa do hipismo está marcada para começar no dia 27 de julho.